Explora Web Magazine Ano II Volume IV | страница 16

Vista da chegada no Atol das Rocas experiência no Atol.
No barco, as primeiras horas foram de entrosamento, queríamos nos conhecer e saber quem eram essas pessoas que passariam tantos dias juntos e isolados. O mais engraçado foi descobrir que, de uma maneira ou outra, nossas vida já tinham se cruzado, direta ou indiretamente: seja por conhecermos pessoas em comum ou por termos vivido nos mesmos lugares, ainda que em épocas diferentes. A ansiedade era muito grande no primeiro dia de viagem. Por medida de segurança, ao por do sol, deixamos a prosa e adentramos às cabines. Apesar do medicamento“ ant-enjôo”, estava muito ansiosa e tive muita dificuldade para dormir e descansar. Navegamos a noite com o mar agitado e bastante chuva, molhando toda nossa cabine e malas. Quando acordei, ainda um pouco e s c u r o, v i u m b a n d o d e g o l f i n h o s n o s acompanhando, foi uma grande alegria.
Já se passavam cerca de 20 horas de navegação quando avistamos pela primeira vez o Atol das Rocas. Visto de longe até pensei ser um barco, por suas silhuetas difusas, recifes enganadores e perigosos. Comecei a entender o porquê de tantos barcos terem naufragados naquele local.
A chegada no Atol foi durante a maré baixa e não permitiu o desembarque imediato, mas
iniciou-se um dos mais expressivos aprendizados da minha vida: a compreensão e respeito aos limites impostos pela natureza. Tínhamos que esperar, tínhamos que aprender a esperar! Apesar de nublado dava para ver a transparência da água, absolutamente incrível! Via peixes azuis passando debaixo do nosso barco! Víamos ao longe os pesquisadores que iríamos substituir. Queria descer, mergulhar, falar com as pessoas, mas nada podíamos fazer senão aguardar a subida da maré. Nossa, isso foi muito agoniante, provavelmente as duas horas mais longas que vivi. Sonhei e esperei tanto por aquele momento, o paraíso estava na minha frente, e não, eu não podia sair do barco. Logo eu tive que aprender que no Atol seguimos o ritmo da natureza. Mas era só o começo do meu aprendizado.
Depois de horas que se assemelharam a dias, a maré subiu e permitiu a passagem do bote para dentro do anel do Atol, até onde estava o nosso barco. Mesmo que quiséssemos entrar com o barco não conseguiríamos, pois ele poderia bater nos recifes. Foram feitas várias viagens para descarregar todas nossas malas, suprimentos, material de trabalho e as pessoas, para depois então levar os outros pesquisadores que nos antecederam com suas bagagens, materiais e lixo produzido no período. No Atol não existe fonte de água doce,
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