Explora Web Magazine Ano II Volume IV | Página 15

A t o l d a s R o c a s: t r ê s semanas no paraíso isolado

Diário de Campo por Anaide W. Aued

“ Tínhamos que esperar, tínhamos que aprender a esperar! Apesar de nublado dava para ver a transparência da água, absolutamente incrível! Via peixes azuis passando debaixo do nosso barco!(...) Queria descer, mergulhar, falar com as pessoas, mas nada podíamos fazer senão aguardar a subida da maré.”
tol das Rocas é uma Reserva Biológica

AMarinha- a primeira criada no Brasil- localizada a 266 km de Natal, RN. Eu tive a oportunidade de passar três semanas por lá, desenvolvendo parta das pesquisas do meu doutorado. Sem sombra de dúvidas, foi a experiência mais incrível da minha vida.

Eu e minha companheira de pesquisa Dra. Ana Liedke, saímos de Florianópolis dia 03 de maio rumo a Natal( RN). Até então, acreditávamos que o barco nos levaria para Atol das Rocas somente no dia 05, mas ainda durante o check in recebi uma ligação da Maurizélia Brito, ou Zelinha( chefe da reserva) informando mudanças. Devido às condições do mar teríamos que partir no dia 04 pela manhã ou somente uma semana depois. Não podíamos esperar uma semana! O jeito foi dizer que concordávamos com a partida antecipada e solicitar à Zelinha e ao dono do barco( Zeca) que comprassem os últimos materiais necessários para levar.
Nosso voo saiu atrasado e chegamos em Natal por volta da 1h da manhã, sendo que teríamos que levantar às 6h. A ansiedade era tanta que mal dormi. Ainda bem que a minha experiência em expedições me ensinou que no final tudo sempre dá certo! Levantamos bem cedo pois ainda tínhamos algumas tarefas antes de embarcar: alugar cilindros, comprar álcool e luvas, passar no mercado para comprar bolachas, chocolates e Coca- Cola, e outras coisas. Sem querer fazer propaganda, em Atol o gosto de Coca-Cola era muito especial! Estávamos ansiosas uma vez que sabíamos que dali para frente nada poderia ser comprado. Logo, compramos tudo o que imaginamos ser necessário para ficarmos num local sem mercado. Às 7 horas em ponto nós estávamos em frente ao nosso hotel com as bagagens e malas. Para ter uma ideia, levamos 50 quilos a mais do permitido de bagagens no avião. Neste momento da viagem ocorreu um dos encontros mais incríveis com a chegada da famosa Zelinha. Digo famosa, pois tinha lido reportagens e ouvido muito falar dessa mulher guerreira que dedicou grande parte da sua vida a preservação de Atol das Rocas. Zelinha defende o local como uma leoa, e com certeza o Atol está tão preservado devido à sua luta obstinada. Ao chegarmos no catamarã que nos transportaria, conhecemos o restante da equipe. Além da Ana e eu, a equipe passou a ser integrada pela mestre Ana Luisa Moreira, a Dra Liana Mendes e Jarian Dantas, como apoio técnico, possuidor de grande
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