Ewe O conto das Folhas Sagradas Livro Ewe o conto das folhas | Page 12
suas energias, nem a sabedoria ancestral. Aceitando assim o acordo, Olorun manda os Orixás convoca-
rem a todos e todas grandes Deuses e Deusas de todos os reinos, reis e rainhas, todas as linhas da
espiritualidade, falanges, anciãos, e a ancestralidade para uma grande confraternização. E ainda com
a missão dada a Ewé, o convoca, e pede que reúna as folhas que colheu na Terra em sua cabaça, a fi m
de presentear cada convidado (a) na festa.
Este na sua dedicação, separa minuciosamente sua sabedoria para cada Orixá e espírito presente,
Iansã porém, ouvindo Ewé em seu conto das folhas sagradas, resolve refazer a tempestade soprando seus
ventos, misturando as folhas na grande festa.
Olorun, olhando as travessuras de Iansã, não a repreende, convoca a cada convidado e convidada
presente e pede que escolham a sua folha, e comanda a Ewé lhes entregar a sabedoria sobre suas es-
colhas para que estes as ensinem aos humanos, para garantir a continuidade das tradições do culto à
natureza. Ewé assim o faz, e o itan recontado chega ao mundo dos humanos, que a partir de então o
consagram como além do rei das folhas, patrono da diversidade através do sopro de Iansã.
por Thais Prado
O conto acima escrito é uma releitura de um dos contos de Ewé, Orixá Ossain, senhor das folhas, que serviu de
ponto de partida para nossos questionamentos e inquietações para este projeto, através do culto das tradições de
matriz africana e de diálogos com nossas mais velhas e jovens de terreiro a respeito das nossas tradições na co-
tidianidade urbana atual.
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