Prefácio :
As folhas de Ewé : um salto para o futuro .
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... É , um salto para o futuro , são essas minhas considerações finais , subvertendo a ordem estética da escrita , por motivo muito forte “ reencantei-me ”. Aos jovens que vieram antes de mim , gratidão pela oportunidade de degustar os saberes , fazeres e sabores de nossos ancestrais , e aos jovens que vieram depois de mim , o meu respeito pela continuidade .
Venho da educação popular em saúde inspirada em Paulo Freire , onde acreditamos que : não existe saber mais e saber menos ; que se ensina aprendendo e se aprende ensinando ; quem sabe , não sabe tudo , e quem não sabe , sabe alguma coisa . Sendo assim , o diálogo é nossa grande ferramenta , permeada pela amorosidade , a construção compartilhada de conhecimento e a comunicação . Grande foi a honra , respeito e responsabilidade ao levantar a pontinha do véu . O que vi ? – O resgate de registros das memórias não escritas em livros e sim através de um dos maiores princípios africano : a “ oralidade ”, onde todos são protagonistas , o homem e o universo , no tempo e no espaço , do mais velho ao mais novo , formam a circularidade e a continuidade , princípio fundante de vida , onde todos os seres se completam , na visão de mundo africana ( cosmovisão ). Uma maneira subjetiva de ver e entender o mundo em especial as relações humanas e os papéis dos indivíduos na sociedade , a finalidade sua existência , a sua relação com o universo e sua continuidade . Desse complexo pensamento vem a contribuição para refletirmos sobre a relação : homem / mundo / terra / espiritualidade . Nessa reflexão não dissociamos o homem do mundo por isso a importância e papel das folhas em todas as relações dos seres no mundo e com o mundo . Pude através de cada linha ver e sentir , o quão permeado está a visão de mundo africana em cada folha , com sua função dentro da circularidade em relação ao ser , equilibrando , curando , acolhendo , construindo e também transformando tanto o fora quanto o dentro no tempo e no espaço ou muito mais além , ficando fortemente marcado o tanto de Cosmovisão Africana está em Paulo Freire e o quanto de Educação Popular permeou estes diálogos e escritos . Com alegria posso dizer o futuro é logo ali , basta um salto , mas atenção : tem que ser coletivo . Ewé : O conto das folhas sagradas ...
Luzia Aparecida
Educadora Popular da ANEPS- SP Bel . em Comunicação Social e tec . de Rel . Públicas Coordenadora por SP do Projeto PACEPS