A rigor, não se pode dizer que houve distinções entre os postulados simbolistas europeus e brasileiros. A estética simbolista, de modo geral tanto aqui como na Europa, busca sugerir os objetos com símbolos. Os versos exploram a sonoridade, a musicalidade, com a forte incidência de assonâncias (repetições de vogais tônicas) e aliterações (repetições de sons consonantais), além de realçarem intensa visualidade e o uso de imagens sinestésicas (fusão de dois ou mais sentidos)
Embora tenha traços próximos do Romantismo, o Simbolismo dele se diferencia pela profunda expressão de subjetividade sem aqueles excessos sentimentalistas, que podem ser observados, por exemplo, na poesia de um Álvares de Azevedo ou de um Casimiro de Abreu. A poesia simbolista também é marcada pela religiosidade, de fundo místico, transcendente, destacando-se, em seus versos, o gosto pelo que é vago, misterioso e inexplicável. Talvez as diferenças estejam restritas aos elementos temáticos e nem tanto formais, embora os simbolistas europeus tenham ousado muito mais em experimentações, como fez Mallarmé, por exemplo, e os brasileiros tenham sido mais acanhados nesse aspecto. As experimentações formais só viriam com o nosso Modernismo, a partir da década de 1920.
No mais, tanto aqui como lá, a poesia simbolista, em seus traços básicos e característicos mantive-se uniforme.