EUFONIA Música no século XVIII | Page 27

Estima-se que a sala da Ópera tivesse capacidade para 600 pessoas, 38 camarotes e ainda uma tribuna para a família Real, e ainda récitas duas vezes por semana, às terças e quintas. O rei, que era, tal como a família, grande amante de ópera, assistia a todas. A Ópera do Tejo foi inaugurada com Alessandro Nell'Indie de David Perez, para celebrar o aniversário da rainha D. Mariana Vitória. De acordo com relatos, muitos dos espectadores presentes distraíram-se durante a peça, devido ao seu deslumbramento para com "a riqueza da casa que era branca, e de muito ouro em ornatos". Antes da destruição desta Ópera, foram estreadas ainda duas óperas de Antonio Mazzoni, com libretos de Pietro Metastasio: La clemenza di Tito (a 6 de Junho, por ocasião do aniversário do rei D. José I) e Antigono (a 16 de Outubro). Outra ópera, Artaserse, estaria ainda planeada para o início de Novembro de 1755, não tendo sido possível a sua estreia na Real Casa da Ópera, devido à destruíção da mesma pelo terramoto ocorrido no mesmo ano. Relativamente ao edifício da Ópera, há vários estudos e obras publicadas sobre este tema, entre elas “Ressuscitar a Ópera do Tejo”, de Aline Gallasch-Hall. Foi já na regência de Dom João VI, Príncipe do Brasil  (futuro Dom João VI), que, em 1793, inaugura-se o Teatro Nacional de São Carlos, com a ópera La Ballerina Amante, de Cimarosa, no ano seguinte o mesmo rei inaugura no Porto o Teatro Nacional São João.  JANEIRO 2018 • EUFONIA | 25