Muro de chamas e fumaça gera terror
Uma cortina negra tomou toda a reta principal de Indianápolis nas primeiras voltas após a largada em 1964. Enquanto a torcida gritava em pavor, o carro de Dave Mcdonald explodiu em chamas e começou a girar, espalhando combustível incandescente pela pista. Logo atrás, um pelotão de carros que batalhava pela liderança se deparou com o muro de fumaça e a tragédia se desencadeou.
Piloto experiente e vice-campeão de 500 Milhas, o favorito da torcida Eddie Sachs vinha na frente do grupo e foi o primeiro a ter que reagir ao terror. Por instinto, ele acelerou forte e tentou desviar para a direita, esperando que os destroços já tivessem deslizado pela inclinação do oval. Foi um julgamento infeliz, pois Sachs colidiu em cheio com o tanque de gasolina de McDonald, aumentando ainda mais as chamas na pista.
Enquanto o combustível e partes queimadas caíam e feriam centenas de torcedores, os pilotos entraram em voo cego, a 200 km/h no meio da fumaça. A. J. Foyt, que venceria aquela prova mais tarde, passou logo depois e evitou por milímetros a batida. Johnny Rutherford vinha logo atrás de Sachs e guinou para a esquerda cruzando em meio à explosão de chamas e ricocheteando em destroços antes de sair do outro lado vivo. Muitos pilotos sofreram queimaduras ao cruzar pela barreira de chamas.
De acordo com a perícia da época, Eddie Sachs teve morte instantânea, ao colidir a toda velocidade. McDonald, por sua vez, sobreviveu ao impacto e foi retirado consciente das ferragens. Intoxicado ao inalar a fumaça ardente e com queimaduras por todo o corpo, no entanto, ele sucumbiu horas mais tarde no hospital.