O momento mais alto do dia chegou pouco depois de
começar a segunda parte. Após uma confusão chegámos
ao golo.
Não sei bem o que fiz. Aliás, acho que ninguém sabe. Foi de
tal forma intenso que se visto de fora diziam que eramos
malucos. Não, não eramos. Aquilo foi a emoção de
perceber que a viagem não terminava ali.
Quis o destino, se é que ele existe, que houvesse mais meia
hora de jogo. O sonho estava cada vez mais perto.
A premissa era simples: conseguimos aguentar até às
grandes penalidades e depois rezamos para que a sorte
esteja do nosso lado.
Desta vez, contudo, quis o mesmo destino que a sorte
sorrisse também aos adversários. O empate e depois o
completar da reviravolta deitaram por terra as aspirações de
cada um de nós. O final estava perto.
Foi nesse momento, e já após o árbitro dar por terminada a
partida, que acontece um dos momentos mais bonitos que
assisti na minha curta jornada de vida.
Ninguém se deslocou um metro do lugar onde estava
sentado e aí sim, a mais intensa ovação de que me lembro
tomou conta de um lugar que se tornou encantado.
Encantado por eles, equipa, encantado por nós,
adeptos, e encantado por toda a história que ali se
viveu.
Refiro-me a nós, e este sim, exclusivamente por causa
dos jogadores porque foi graças a eles e por eles que o
Caldas SC e os caldenses voltaram a ser um só, ainda
que sempre o tivessem sido. Só não estava à vista.
Um agradecimento não chega, nunca chegará, para
entender o quão especial foi esta caminhada.
Tocámos o céu.
Não o agarrámos, mas deixamos lá gravado um nome.
O do Caldas Sport Clube.
Juntos.