Escola Estadual Ágora Contemporânea | Page 10

Lovaine Maria Corrêa Gubiani

Componente Curricular

Literatura

A chuva cai lá fora, e ouvindo esse som suave e agradável de cada pingo, vem-me a mente a imagem da leitura e da escrita... Assim como os pingos isolados não passam de uma pequena gotícula de água, também as letras isoladas não passam de uma pequena unidade sonora praticamente sem sentido, no entanto juntas, assim como os pingos formam a chuva, as letras formam palavras e as palavras contam histórias...

Histórias imaginadas e escritas em um determinado tempo e espaço que se transformam em livros, em obras literárias que perpassam gerações e sobrevivem a toda espécie de razões que possam afastar os leitores dessa atividade tão prazerosa e única para quem conhece e sabe encantar-se com os enredos, com as vidas vividas em cada página. Despertar esse encantamento pelo mundo das letras, pelas obras literárias escritas e o papel do componente curricular de Literatura Brasileira no Ensino Médio e do professor que ministra essas aulas. E isso é um grande desafio, principalmente quando se trata dos clássicos do Romantismo, Realismo, Naturalismo e até mesmo do Modernismo.

Aqui vou falar especificamente das obras do Romantismo Brasileiro, dos escritores José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Manuel Antônio de Almeida, de um grupo de alunos denominados na escola de Turma 201 e de uma jovem, mestranda, Tonie, a qual peço licença para chamá-la de “Menina Folhinha”. O Romantismo Brasileiro por ser o conteúdo a ser desenvolvido no 2º ano do Ensino Médio; a turma 201 foi escolhida por ser formada por meninos e meninas que se

individualizam no grupo, cada um a sua maneira,

a ponto de já ter construído uma história de leitor; a Tonie, por ter escolhido a “sua escola” onde estudou, onde fez história, deixou suas marcas e agora voltou para “contribuir”, como ela mesma diz, através da sua pesquisa de mestrado. E eu, que escrevo, sou a professora de Literatura dessa turma, ou melhor, era, no período em que o trabalho foi desenvolvido, portanto, também fui escolhida.

Confesso que quando ouvi falar do projeto de mestrado a ser desenvolvido de forma interdisciplinar, eu não gostei muito da ideia, sou meio individualista, não me dou muito bem trabalhando em equipe, não sou muito metódica, e bem, “essas coisas de fora” sempre nos causam desconforto porque desacomodam...

Entretanto, quando vi naquela tarde aquela Menina Folhinha chegando à escola, com seu sorriso largo, seu jeito simples e encantador, falante, muito falante, com uma leveza contagiante, seu corpo pequeno contrastando com seus enormes olhos curiosos, brilhando de entusiasmo, vida e energia, não pude deixar de baixar a guarda e abrir meu coração e minha sala de aula. Naquele momento me veio a poética imagem de uma folhinha voando, voando e por onde for passando vai tocando tudo e todos, contagiando com sua alegria e vibração... Por isso, já naquele instante, em meus pensamentos, a chamei de Menina Folhinha... Quero deixar claro que esse codinome não é por ela ser solta no ar, se deixando levar à toa, à toa pelo vento... Pelo contrário, ela tem raízes, muito profundas e fortes, e sabe dar valor a elas, ela sabe muito bem de onde veio e para onde vai.

Saiba mais sobre o Romantismo clicando na imagem ao lado.