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CONTO de adriano villa a
IARA
Um grande rio cortava a fazenda de Deuclécio , que um dia fora tão bela quanto tudo que exis a à sua volta . Haviam muitas árvores , os campos eram verdejantes ao seu redor e os pássaros viviam cantando em suas redondezas , entretanto , a fazenda de seu Deuclécio estava caindo em ruínas . Fora um homem muito rico no passado , mas com a es agem e com a praga dos animais , viu tudo que possuía definhando lentamente , tudo que lhe sobrara fora sua plantação de melancias que ladeava o grande rio .
Certa vez , caminhando pela plantação , Deuclécio deu falta de algumas frutas e começou a manter guarda para pegar o ladrão que levava sua única fonte de dinheiro . Foram longos dias esperando , escondido entre os arbustos da margem , mas ninguém apareceu , e todos os dias pela manhã , uma delas sumiam e , foi quando percebeu que todas que haviam sumido estavam próximas da margem do grande rio , então Deuclécio imaginou que o ladrão usava o rio para levar suas frutas e , para não ser visto , sempre à noite . Mas naquela noite , iria surpreendê-lo .
A lua estava cheia e iluminava o céu escuro , muitas estrelas cin lavam no céu como imensos e distantes vagalumes . Deuclécio , não sabia se admirava as estrelas no céu ou se apreciava seu brilho sendo distorcido pelas águas calmas do rio . Já não se lembrava de como era bela a natureza , sempre submerso em sua pobreza e nas lembranças de dias de prosperidade que se foram quando todas as desgraças par ram e lhe deixaram apenas ... Aquela plantação e algumas peças de roupa que mais pareciam com um pano de chão .
Deuclécio suspirou profundamente e lembrou-se das vezes que sentava nas margens daquele rio para ficar olhando seu gado pastando , os patos nadando num lago feito e cercado por ele , as galinhas pastavam e os cães dormiam sempre aos seus pés . Sempre fora solteiro , tentara algumas vezes , mas as mulheres estavam somente interessadas em suas terras e em seu dinheiro e , tudo acabou quando ele par u para longe . E agora , ali estava ele , zelando por algumas melancias que significavam alguns trocados .
Subitamente , ele ouviu um barulho vindo do rio , como se alguém remasse silenciosamente , Deuclécio sorriu , se encolheu atrás do arbusto e ficou olhando por uma fresta nas folhas para a margem até que , seus olhos se depararam com algo que não estava esperava .
Primeiramente surgiu uma cabeça de dentro das águas , longos cabelos , estava escuro para ver de qual cor eram , Deuclécio pensou em pular e assustar o ladrão , mas algo dentro de si dizia para esperar . A cabeça olhou para todos os lados e começou a caminhar para a margem , logo surgiu os ombros , os seios e em seguida surgiu o sexo , era uma mulher . Ela caminhou lentamente até a margem e Deuclécio estava completamente sem ação , o brilho do luar reluzia na pele molhada daquele ser , seus olhos estavam presos nas curvas daquela bela mulher , então ela se abaixou diante de sua plantação e agarrou uma de suas melancias , mas quando estava preste a se virar e voltar para as águas , Deuclécio correu e ficou entre a mulher e as águas .
Era mais bela de perto do que de longe , seus olhos eram profundamente azuis , e seus cabelos eram longos e encaracolados , seu corpo era tão belo e tão perfeito que faziam os olhos do simplório fazendeiro ficar indo do alto à baixo . Não nha palavras . A mulher também estava assustada , não esperava ser surpreendida por ninguém .
— Por que rouba minhas frutas , mulher ? — Balbuciou Deuclécio sem saber o que dizer realmente . — Quem é você ?
A mulher não respondeu , deu um passo atrás e Deuclécio deu um passo a frente .
— Não poderá fugir de mim , mulher . Não sem antes