Ensaio sobre um crime 1º Volume | Page 25

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o que fizemos é crime mas ninguém aí fora se importa com o Povoado Y. Por anos passamos fome e ninguém nos ajudou. O presidente calculou que viveríamos por mais cinco anos, hoje, completamos dez de fundação. Tudo isso era preciso, vivemos numa escuridão constante, assim como afirma Hobbes, o homem é lobo do homem. Um grande abraço, Helena."

Helena me contou todas as principais peças para entender o quebra cabeça. O que se tornou e o que foi obrigada a fazer, era algo natural para ela. Uma mudança necessária para a sobrevivência. O Povoado Y não parecia existir, fugia de todas as teorias sobre estado que estudei e não se assemelhava com nenhuma organização social que conhecia. As distribuições de funções e a rigorosidade com que as regra são seguidas, se distingue de toda organização política que presenciei em meu país e no mundo. Eu era estudada, passei por boas escolas, mas toda aquela situação me incomodou, despertou em mim uma vontade de conhecer mais sobre o estado natural do homem. Estudar sobre esse egoísmo que move cada decisão e cada relação social. Foi nesse momento que decidi não publicar o que descobri. De tudo o que vi e testemunhei, descobri que o estado é mais escuro do que iluminado. O ser humano se comporta mediante a situação, vai lutar até o último momento pela sua sobrevivência.

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