Ensaio sobre um crime 1º Volume | Page 14

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Helena colocou uma de suas guerreiras para fazer a minha segurança, preocupava-se que eu fosse vítima de alguns dos homens que procuravam mulheres pelo povoado. Consegui fugir dos cuidados da guarda e subi a montanha. Assim que cheguei no II Comando, chamaram minha atenção por me arriscar e sair sozinha. Me alertaram que muitos dos estupradores de anos atrás, ainda estavam vivos e trabalhavam para os Sobreviventes Flores. Pedi desculpas e prometi não sair desacompanhada mais. Mais tarde, fui me encontrar com Helena para fazer algumas entrevistas e conhecer mais sobre a região. Ela só aceitou minha presença aqui, pois prometi que a ONU contribuiria com alimentos e remédios para o povoado, como escrevi antes, ela não sabia das minhas verdadeiras intenções. Ao questioná-la sobre a caverna, ela fez uma pausa, ficou olhando no fundo dos meus olhos com uma expressão que não consegui identificar e me disse que eu deveria estar confusa, que não existia caverna alguma na Montanha Maior. Lembrei que tinha fumado, com certeza estava vendo demais.

Quando escureceu, fui levada a um ritual. Todas as mulheres estavam sentadas ao redor de um fogueira na área descampada. Elas cantavam e passavam de mãos em mãos uma taça, quando chegou a minha vez, bebi. Era amargo. As músicas continuaram até o final da celebração. Quando perguntei Helena do que se tratava tudo aquilo, ela me explicou que uma vez por semana, todas se reuniam para agradecer, pedir proteção e se purificarem com o chá verde. A bebida era feita pelas curandeiras, que misturavam algumas ervas e flores que encontrava na montanha. Garantiam que aquela mistura era capaz de fortalecer os anticorpos e eliminar várias doenças do corpo.