as vozes dos personagens”, explica. “O texto de Érico Veríssimo foi escrito em 1930 e é atual. Temos ainda um longo caminho para aceitar as diferenças e as pessoas que possuem algum problema de comunicação”, reflete a atriz sobre a peça. O projeto, inclusive, recebeu o Prêmio Funproarte em 2016.
Novamente, a Casa de Cultura Mário Quintana, recebeu Jacqueline, mas dessa vez, ela teria que coordenar oficinas de teatro para crianças e adolescentes, na “Oficina de arte sapato florido”, - livro infantil do Mário Quintana. Outro diferencial da atividade, era a utilização de materiais de reciclagem para a criação de fantoches. A atriz esteve à frente da oficina entre 2012 e 2014.
A arte de Jacqueline já ultrapassou fronteiras: na terra de los hermanos. Com o “Ói Nóis Aqui Traveiz”, ela apresentou a peça "O amargo santo da purificação”, que conta a história de Marighella, um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira, além de ser fundador da Aliança Libertadora Nacional (ALN). “Foi um mês de viagem na Argentina, fomos até o início da Patagônia, passando e apresentando em 12 cidades. Foi de tirar o fôlego!”.
“O teatro é uma ferramenta poderosa na educação”
Em 2018, a atriz voltou para sua terra natal, Lagoa Vermelha, para cuidar de sua mãe. A fase foi de coincidências, pois ao mesmo tempo em que a mãe precisava de Jacqueline, saiu um concurso público para a área de artes cênicas, que segundo ela é “algo raríssimo”. Assim, Jacqueline passou no concurso, e atualmente ministra diversas oficinas na Casa da Cultura Athos Branco, para todas as faixas etárias. Ela também realiza aulas de teatro em cinco escolas municipais, e na Sociedade Assistencial aos Meninos e Meninas de Lagoa Vermelha (Sammlave).
“Em algumas escolas, a gente vê uma disputa muito grande por fala, muito bullying, muita briga. O teatro ajuda esse grupo a ser coeso, eles se puxam para conseguir trabalhar e criar junto”. De acordo com a atriz, muitos alunos possuem problemas, como exemplo episódios de violência.