Porém, surgiram algumas dificuldades enquanto morava no Rio, seu marido se sentia exilado na cidade, fez poucas amizades e a filha de Jacqueline era pequena, tinha seis anos na época. Com isso, o esposo queria voltar para Porto Alegre, entretanto a atriz queria permanecer no Rio. “Eu me sentia insegura de ficar lá [no Rio] sozinha com a Luiza, então, acabei voltando para Porto Alegre”. De volta ao Sul, ela decidiu fazer o curso de artes cênicas e se graduou licenciada para ensinar teatro.
O teatro vira protagonista
Ao concluir a graduação, Jacqueline trabalha apenas com o teatro. Em 2003, participou da reinauguração da Casa de Cultura Mário Quintana, com o espetáculo “Sinta-se em Casa”, dirigido por Élcio Rossini. “A gente contava um pouco da história da Casa, cantávamos, andávamos com o público no local”, explica. Também participou da peça “A revolução dos bichos”, com direção de Arlete Cunha, adaptação da obra homônima de George Orwell. O espetáculo rendeu para Jacqueline o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Teatro Isnard de Azevedo, em Florianópolis, Santa Catarina.
participou da peça “A revolução dos bichos”, com direção de Arlete Cunha, adaptação da obra homônima de George Orwell. O espetáculo rendeu para Jacqueline o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Teatro Isnard de Azevedo, em Florianópolis, Santa Catarina.
A professora também é integrante do grupo Atimonautas, um ateliê de bonecos de manipulação direta, de vestir e de marotes para eventos e campanhas. “Fazíamos tantos bonecos para o Sesc, Senac, etc, e então pensamos, por que não fazemos nosso próprio espetáculo?” Dessa forma, foi montada uma peça infantil, a partir do conto “O urso com música na barriga”, de Érico Veríssimo, que narra a história de um ursinho que havia nascido com um problema, não falava, só tocava música e sofria preconceito por sua condição.
Segundo Jacqueline, o grupo trabalhou cerca de cinco meses em cima da história, com gravação em áudio de todo o texto e vozes dos personagens”, explica. “O texto de Érico Veríssimo foi escrito em 1930 e é atual. Temos ainda um longo caminho para aceitar as diferenças e as pessoas que possuem algum problema de comunicação”, reflete a atriz sobre a peça. O projeto, inclusive, recebeu o Prêmio Funproarte em 2016.
Ensaiando para ensinar