PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS PRATICAM VARIADAS ARTES
por Robson Corrêa
PoPo
As deficiências intelectuais e múltiplas não significam total impossibilidade das pessoas praticarem alguma atividade cultural, seja ela o artesanato, a dança e até as artes cênicas. As vezes só é necessário um auxílio para aprimorar essas habilidades, e foi com esse intuito que nasceu a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Atuando em Palmas há pelo menos 26 anos, a instituição contribui com o desenvolvimento dos alunos, e torna a inclusão social possível através das diversas atividades realizadas na entidade, O professor de oficina pedagógica Cezar Lima trabalha na instituição há 7 anos e ensina os estudantes a fabricar mesas, porta objetos, porta joias, quadros e jardins verticais. Todo esse material é confeccionado a partir de paletes e caixotes que são doados pelos supermercados e as vezes comprados fora da cidade.
Segundo ele é muito gratificante ver que o aprendizado está sendo absorvido pelos alunos e tendo como resultado os produtos prontos e de qualidade. “Os meninos e meninas aprendem a reaproveitar materiais e a participação dos alunos é bem intensa, a gente está sempre coordenando o trabalho mas é a mãozinha deles que dá o toque na peça”.
Todo o material produzido fica disponível através de uma página no Facebook, além disso tem também exposições em órgãos públicos, em centros universitários e no aeroporto da capital.
Mensalmente é feita também uma exposição na Hangar Eventos. 75% dos valores arrecadados com as vendas é destinado para a compra de mais materiais para as oficinas e os outros 25% é repassado aos alunos para usufruir de lazer diversos.
A orientadora Lilia Damasceno trabalha na instituição há mais de 9 anos e desenvolve trabalhos na área de escolarização e nas oficinas, auxiliando os familiares com o suporte ao aluno junto com a assistente social.
Esse acompanhamento tem dado resultados satisfatórios tanto para os alunos quanto para os familiares que percebem as mudanças dos estudantes. Francisca Costa mãe da estudante Milena Costa que frequenta a instituição há um ano, está muito mais motivada com o comportamento da filha depois da inclusão da estudante nas oficinas de dança. Francisca conta que a dança reduziu a inquietude e a ansiedade de Milena e a tornou mais controlada. “Milena era muito inquieta e consequentemente muito ansiosa, e depois que ela começou a freqüentar as oficinas de dança ela tem mostrado outro comportamento, um olhar mais sereno uma paciência impressionante, ela ama fazer parte da Apae”. A prática da dança e a produção do artesanato ou até mesmo a interpretação no teatro, oferece às pessoas portadoras de necessidades especiais, como as deficiências intelectuais e múltiplas, uma nova perspectiva de vida e melhora no convívio social com os demais colegas principalmente com os familiares. O teatro é outra atividade desenvolvida pela APAE e tem como finalidade explorar o lado artístico dos estudantes, essa oficina é uma das mais procuradas, por conta das aulas serem totalmente interativas, e as apresentações revelarem alguns talentos para as artes cênicas.
"Todos nós temos nossas limitações para fazer algo, mas é nossa força de vontade e determinação que vai dizer até onde podemos chegar"