Edição n.º 188 do Jornal do MURPI A VOZ DOS REFORMADOS – MARÇO/ABRIL 2024 | Page 6

Opinião
6 A Voz dos Reformados | Março / Abril 2024

Opinião

Vertigens

Margarida Lage
Médica
A vertigem não é uma doença , mas sim um sintoma cuja causa tem que ser averiguada , particularmente se não se trata de um episódio isolado . Os episódios podem durar segundos ou até , eventualmente horas . Há alguma confusão entre tontura e vertigem , podendo mesmo dizer- -se que a vertigem é um tipo de tontura em que o doente sente o movimento dos objetos à sua volta ou sente que o seu corpo roda . Pode ser acompanhada de náuseas ou vómitos e eventualmente nistagmo ( movimento involuntário dos olhos ). As causa podem residir a vários níveis : ouvido interno , sistema sensitivo ou eventualmente no cérebro . Relativamente ao ouvido interno é muito conhecida a Doença de Méniere em que , além das vertigens , há alterações auditivas e progressivamente perda de audição . Pode também estar relacionada com problemas visuais ou com labirintite , neurite , traumatismo crânio-encefálico , tumores do nervo auditivo ou cerebrais , acidentes vasculares cerebrais , meningite , ototoxicidade por determinados medicamentos . A vertigem cervicogénica está relacionada com a coluna cervical e surge com movimentos súbitos do pescoço . Há várias situações de vertigem que podem resultar em queda , sendo esta consequência mais frequente em maiores de 65 anos . A prevenção das quedas é muito importante nos idosos .
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A vertigem posicional paroxística benigna ( VPPB ) é relativamente frequente nos idosos , tem uma duração menor que um minuto e a única consequência séria é uma eventual queda . Há várias observações e exames que podem esclarecer a causa das vertigens , mas mesmo depois dessas investigações cerca de 20 a 30 por cento ficam sem diagnóstico causal . O tratamento de síndrome vertiginoso é importante e varia consoante a causa , se esta for detetada . Se lhe acontecer ter vertigens recorra ao seu médico que o tratará ou encaminhará para onde lhe será diagnosticado o problema .
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As carências da medicina privada

José Miguel Carvalho
Médico
Numa altura em que as carências sentidas no acesso aos cuidados de saúde são uma realidade em muitas áreas do País , sentida por milhares de pessoas , essa situação é a toda a hora noticiada pelas televisões , criando ( tentando criar ?) a ideia de total incapacidade do Serviço Nacional de Saúde ( SNS ) para assegurar uma vida segura e saudável para todos nós . De facto , há um número muito grande de pessoas que não têm atualmente médico de família e com consequente dificuldade no acesso aos cuidados , mas há , ao mesmo tempo , uma grande maioria da população que – felizmente – continua a ter o acesso à saúde e têm médico de família e a sua equipa no respetivo centro de saúde ! Também nos hospitais , se as dificuldades existem , todos os dias a grande maioria da população tem acesso aos cuidados médicos e cirúrgicos e os tratamentos são assegurados
( sejam caros – ou caríssimos ) e ninguém fica sem fazer a medicação ou a operação por não ter dinheiro para tal . É essencial repor as condições que se criaram com o SNS funcionante , e que em anos recentes temos visto a degradar-se de forma preocupante . Com a saída de profissionais e a redução dos quadros – que administrações hospitalares têm facilitado , talvez mais preocupadas em reduzir os orçamentos do que em assegurar um bom funcionamento dos serviços – a capacidade de resposta tem-se reduzido e dificuldades nos centros de saúde e nos hospitais estão aí no dia a dia . Simultaneamente temos clínicas privadas no País , agora amplamente difundidas . A medicina privada , pode ser e sempre tem sido um complemento do SNS ; mas se fosse alternativa a todo o serviço público que temos , ficaríamos como em muitos países em que quem não tem muito dinheiro disponível não se trata . A medicina privada está aí para ser apreciada ; ir a uma consulta privada , ainda se vai ; se são precisas várias , sucessivamente , porque os casos nem sempre são fáceis , as coisas complicam-se . Se for preciso um internamento , a diária é X , mais Y para os possíveis tratamentos , mais Z para os honorários , e à cabeça , antes do internamento , é preciso depositar a caução ( palavra que termina em ão ). Ainda bem para quem pode assumir essas despesas , mas para a enorme maioria da população isso será impeditivo . As carências da medicina privada estão aí para serem experimentadas … O SNS tem que ser mantido para bem e segurança de cada um e para o bem da comunidade !