MI N ÉR I O
D E
F E R R O
produto da britagem seguirá para a pilha pulmão, sendo retomado por
meio de alimentadores para o prédio de moagem e classificação. O ob-
jetivo da moagem é liberar os minerais de ferro dos minerais deletérios
(ganga) e a classificação será a responsável por adequar a granulome-
tria para os processos de concentração mineral.
Antes do material classificado seguir para a etapa de concentra-
ção mineral, passará pelo processo de deslamagem para a retirada das
partículas minerais extremamente finas (granulometria abaixo de 38
µm) por meio do overflow deste circuito; e o underflow, produto da
deslamagem, será conduzido para a etapa de concentração mineral por
flotação consorciada com separação magnética.
O produto desse processo é o produto final denominado de pellet
feed. Este será conduzido para o sistema de adensamento por meio de
espessadores e filtragem para adequação de umidade e posterior em-
pilhamento. E, assim, estará pronto para o embarque via ferrovia.
possibilita a recuperação de parte do minério de ferro presente no re-
jeito. Dependendo do teor de ferro contido no rejeito, pode chegar a
20% de recuperação.
Após essa etapa, o rejeito passa por um conjunto de filtros-prensa
da Matec. Depois dessa operação, o rejeito em formato de tortas sai
apenas com 14% de umidade – e cerca de 80% da água retirada no filtro-
-prensa recircula no processo. Ao invés do resíduo sólido ser lançado na
barragem, ele é empilhado no pátio da pilha de rejeito a seco.
A mineradora já realiza secagem de cerca de 40% do rejeito produ-
zido. Mas o desenvolvimento da Fase II desse projeto – em andamento
- ampliará sobremaneira esse índice.
Por outro lado, as barragens existentes no complexo têm passado
por mudanças. Na principal delas, a barragem de Casa de Pedra rece-
beu extensa recomposição topográfica no dique de sela e ombreira.
Outras barragens passam por processo de disposição de rejeito
controlado – verifica-se ainda sistema de disposição alternativa de re-
jeito, com empilhamento drenado, baias de ressecamento etc.
Segundo a CSN Mineração, a barragem Casa de Pedra continuará
sendo utilizada em situações extremas como as manutenções da planta
de filtragem. As demais barragens (B4 e B5) serão descaracterizadas.
A planta central de Casa de Pedra atende a dois terços da produção
da unidade. Há ainda dois processos a seco – numa planta móvel e na
unidade Pires, que pertence ao complexo.
CONCENTRAÇÃO
O rejeito final da etapa de concentração será direcionado junta-
mente com o overflow da deslamagem para o espessamento, recupe-
rando-se água de processo. O rejeito adensado será conduzido para a
etapa de filtragem onde o material filtrado será disposto em pilhas, sem
uso de barragem de rejeitos.
REJEITOS
Atualmente, a CSN Mineração colocou para funcionar na planta de
Casa de Pedra concentrador magnético de alta intensidade (CMAI), que
A mudança do mercado da China, com foco na compra de minério
premium, fez a CSN desenvolver projetos de melhoria do minério para
exportação.
O uso do minério de ferro de qualidade pelos chineses vem de encontro
à necessidade de diminuir a emissão de poluentes naquele país. O minério de
menor qualidade polui mais no seu processo industrial na siderúrgica.
Assim, a mineradora tem trabalhado para implementar iniciativas
visando otimizar a qualidade do minério. A ação principal tem se con-
vergido na instalação no ano que vem de concentradores na planta cen-
tral. Os investimentos em projetos de rejeitos e concentração na planta
alcançam R$ 1 bilhão, segundo a CSN.
Mina Casa de Pedra está há 105 anos em operação
Em 2018, a Mina Casa de Pedra completa 105 anos e essa data
faz relembrar a influência da mineração no contexto da região de
Congonhas (MG), tanto pelo aspecto econômico, como histórico-
-social. Desde 1946, a mina é um dos principais ativos da Compa-
nhia Siderúrgica Nacional (CSN), integrando parte dos seus cinco
negócios juntamente com a siderurgia, o cimento, a logística e a
energia.
Quem vai até a unidade de mineração e conhece essa estrutura
não imagina como tudo ali começou. Ainda no século passado, um
grupo de romeiros se dirigiu à Freguesia de Congonhas do Campo
para prestigiar as comemorações do jubileu do Senhor do Bom Je-
sus de Matosinhos. Na viagem, os romeiros encontraram abrigo
numa caverna milenar, que contava com água pura e cristalina em
seu interior, compondo uma bacia no solo. Ao longo dos anos e das
jornadas, as condições da peregrinação foram sendo alteradas. O
local em que os romeiros se acomodavam, por exemplo, mudou:
do interior das cavernas para os casebres de pau a pique.
Em 1913, o dinamarquês Arn Thun resolve adquirir algumas
LINHA DO TEMPO
1911 – 1913
EM 1911, É
ADQUIRIDA A
MINA CASA DE
PEDRA PELO
INVESTIDOR
DINAMARQUÊS
ARN KIRSTEIN THUN.
NO ANO DE 1913,
INICIA-SE A
PRODUÇÃO
DE MINÉRIO DE
FERRO
NO LOCAL.
14 |
1941 - 1946
O PRESIDENTE GETÚLIO
VARGAS ASSINA, EM
9 DE ABRIL DE 1941,
O DECRETO PARA A
CRIAÇÃO DA COMPANHIA
SIDERÚRGICA NACIONAL.
EM 1943, A EMPRESA
ARN THUN É COLOCADA
SOB INTERVENÇÃO.
EM 1946, A MINA CASA
DE PEDRA
É INCORPORADA
À CSN.
Décadas de
40, 50 e 60
A MINERAÇÃO CASA
DE PEDRA, QUE ATENDIA
PARCIALMENTE A
NECESSIDADE DA USINA
PRESIDENTE VARGAS, EM
VOLTA REDONDA (RJ),
AMPLIOU O PROCESSO
DE MINERAÇÃO COM A
CHEGADA DE
EQUIPAMENTOS.
TAMBÉM
É CONSTRUÍDA
A VILA
OPERÁRIA.
OUTUBRO / NOVEMBRO | 2018
Décadas de
70 e 80
NOVA EXPANSÃO DA
PRODUÇÃO DA MINA CASA
DE PEDRA (DENOMINADA
ESTÁGIO III),
ELEVANDO O PATAMAR
PARA 12,6 MILHÕES T/ANO.
EM VOLTA REDONDA (RJ),
É CONSTRUÍDO
O ALTO FORNO III. EM
MEADOS DA DÉCADA DE
80, A MINERAÇÃO
INAUGURA A PLANTA DE
CONCENTRAÇÃO DE
MINÉRIOS E PASSA A
PRODUZIR O PELLET FEED.
1993
A CSN É PRIVATIZADA.
OS VENCEDORES DO
LEILÃO FORAM OS
GRUPOS EMPRESARIAIS
VICUNHA E BAMERINDUS
E A ESTATAL VALE DO
RIO DOCE. OS
COLABORADORES
PARTICIPARAM POR
MEIO DO CLUBE
DE INVESTIMENTOS.
1997
A CSN ARRENDA
O TERMINAL DO
PORTO DE SEPETIBA
NO RIO DE
JANEIRO POR UM
PERÍODO DE
25 ANOS,
PRORROGÁVEIS
POR MAIS 25.
2003
É LANÇADA
PELA CSN MAIS
UMA ETAPA
DE EXPANSÃO
DA MINA CASA
DE PEDRA.
2006 – 2007
EM 2006, É CRIADA A NAMISA,
UMA SUBSIDIÁRIA DA CSN
DESTINADA EXCLUSIVAMENTE
AO COMÉRCIO DE MINÉRIO DE
FERRO NO MERCADO
INTERNACIONAL. EM 2007, A
NAMISA ADQUIRE A COMPANHIA
DE FOMENTO MINERAL
(CFM) E FAZ O PRIMEIRO
EMBARQUE POR
MEIO DO PORTO
DE ITAGUAÍ (RJ),
DE 64 MIL T DE
MINÉRIO DE FERRO.