Edição Concessionárias nº570 OE_571_final | Page 19

E n e r g i a Alta na vazão do Rio Iguaçu provocou mudanças nas obras de UHE no Paraná Augusto Diniz – Capanema (PR) Estrutura peculiar, da esquerda para a direita: canal de adução e casa de força, longo vertedouro e barragem com núcleo de argila A primeira turbina da UHE Baixo Iguaçu – das três existentes – entra em operação em dezembro. A hidrelétrica de 350,2 MW (energia firme de 168,2 MW) está em fase final de conclusão. O empreendimento fica localizado no Rio Iguaçu, entre os municí- pios de Capanema e Capitão Leônidas Marques (PR). A segunda turbina deve ser entregue em janeiro e a terceira e última, em fevereiro de 2019. O consórcio empreendedor da UHE Baixo Iguaçu é composto por Neoenergia (70%) e Copel (30%). A engenharia do proprietário é da Copel. O consórcio construtor, em contrato na modalidade EPC, é forma- do pela Odebrecht Engenharia e Construção e GE. Para a construtora, o escopo envolve engenharia, obras civis, montagem eletromecânica, linha de transmissão e gerenciamento do EPC. A GE ficou a cargo do fornecimento eletromecânico. O projeto básico e executivo da hidrelé- trica é de Intertechne, subcontratada pelo consórcio construtor. A usina teve revisão de projeto após incidente em 2014 A UHE Baixo Iguaçu tem um arranjo bastante peculiar. O em- preendimento, da margem esquerda para a direita, conta com canal de adução, tomada d’água, casa de força com suas três unidades gera- doras e canal de fuga; um vertedouro com 16 comportas; e barragem de enrocamento com núcleo de argila. A área do reservatório tem 31,63 km² e aproveita o leito do rio - a hidrelétrica foi concebida para operar a a fio d’água. A casa de força, do tipo abrigada, possui três turbinas Kaplan de eixo vertical e potên- cia unitária de 116,73 MW. A queda d’água alcança 15,3 m. Um linha de transmissão de 230 kV com extensão de 60 km co- necta a hidrelétrica a subestação Cascavel Oeste e, por consequência, o sistema elétrico nacional. No pico, no final 2016 e início de 2017, a obra chegou a ter apro- ximadamente 2.700 trabalhadores. Foi a fase em que as obras civis en- contravam-se a plena carga e a montagem eletromecânica se iniciava. O investimento total no empreendimento alcançou R$ 1,6 bilhão. OBRA DO VERTEDOURO De acordo com o engenheiro Luís Fernando Rahuan, diretor de Con- trato da Odebrecht Engenharia e Construção, o vertedouro localiza-se em boa parte da calha original do rio e possui 16 comportas, sendo di- mensionado para descarregar uma vazão máxima de 53.585 m3/s, correspondente à cheia máxima provável. A estrutura possui grandes dimensões (um dos maiores do Brasil), com 410 m de extensão. Segundo Luís, o tamanho se deve a grande vazão do Rio Igua- çu naquele trecho. As 16 com- portas medem cada uma 19 m de altura e 21 m de largura. Para posicionamento das www.revistaoempreiteiro.com.br | 19