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Construção de dois túneis de traçado curvo exigiu atenção à
baixa cobertura de solo, recalques e redes de utilidades
Um túnel rodoviário sob a linha férrea da CPTM fez parte
das obras de qualificação e readequação viária do centro de
Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Tratam-se de dois túneis
curvos, denominados por Túnel 1 (sentido bairro-centro), com
246 m, e Túnel 2 (sentido centro-bairro), com 115 m, que per-
mitem a passagem de carros e ônibus. O complexo viário tem o
nome de Jornalista Tirreno da San Biagio.
A empresa projetista foi a GeoCompany - Tecnologia, Enge-
nharia e Meio Ambiente, e o consórcio construtor foi integrado
pela Engeform e Serveng Engenharia.
A obra foi idealizada para extinguir a passagem de veículos
pelos trilhos da CPTM, de modo que a passagem dos trens fi-
casse livre das interrupções para a passagem dos veículos, que
ocorria a cada três minutos.
Na etapa de projeto e execução dos túneis foram enfren-
tados diversas dificuldades, podendo-se listar como caracte-
rísticas importantes da obra: a baixíssima cobertura de solo (3
m, entre o topo da escavação e superfície do terreno natural
existente), o solo mole existente na região da escavação, o nível
de água elevado e a impossibilidade de rebaixamento do lençol
freático; a interferência entre a escavação e o centro históri-
co da cidade e a interferência com a linha férrea e estação da
CPTM próxima.
A obra de passagem sob a ferrovia tinha como premissa de
projeto a limitação dos recalques admissíveis na superfície, por
dois motivos principais: não causar danos à operacionalidade
da ferrovia e não causar danos às edificações lindeiras à esca-
vação (centro antigo do município de Mogi das Cruzes). O pro-
cedimento de rebaixamento do lençol freático por poços pro-
fundos gera recalques superficiais, por esse motivo não pôde ser
adotado nessa obra. Foram adotados para a drenagem da frente
de escavação, drenos horizontais profundos a vácuo.
O uso da linha durante a construção não foi interrompi-
do em nenhum momento, não tendo sido necessária nenhuma
mudança na rotina operacional da ferrovia.
A locação física da obra impôs restrições e cuidados, sendo
encontradas diversas dificuldades, como: área de implantação
dos túneis ocasionando rampas com a maior declividade permi-
tida nas valas, baixa cobertura sob a linha férrea sendo de 3,37
m para o Túnel 1, e de 3,00 m para o Túnel 2.