D e s t a q u e s / P o r t o s
Equipamento executou imensos blocos pré-moldados no mar
O início se deu em 2011 quando o Kugira, um dique flutuante, propriedade da Acciona, começou os trabalhos de construção de diques de proteção no T2, um dos terminais do Porto do Açu, no Norte Fluminense, desenvolvido e operado hoje pela Prumo Logística. O projeto custou R $ 1 bilhão e levou seis anos para ser concluído, contando com o trabalho de 3.400 profissionais da empresa espanhola.
A área do terreno do T2 possui 6,5 km de extensão, 13 mil m de cais, 330 m de largura e profundidade de até 14,5 m. O local terá ainda uma área de frente ao canal interno, com 1,7 milhão de m ², para ser alugada às empresas de apoio das atividades offshore de petróleo e gás.
Kugira construiu caixões de concreto armado para compor diques
Gerenciado pela Acciona Construcción e construído com o apoio do Kugira, o T2 tornou-se o primeiro e único terminal portuário brasileiro a ser erguido com blocos pré-moldados de concreto. No total, foram 2.808,8 m de diques de proteção construídos com a tecnologia de caixões pré-moldados do equipamento.
Com mais de 70 m de comprimento, o Kugira fabrica peças de até 33,5 mil t. Cada bloco possui 66,85 m de comprimento, 24 m de largura e altura entre 18 e 21 m.
Além dos blocos pré-moldados, a obra do T2 contou ainda com 2.090 m de enrocamento em rocha, 22,6 mil t de aço beneficiado e 350 mil m ³ de concreto produzidos e aplicados.
O quebra-mar vertical foi formado por caixões de concreto armado. Foram 42 caixões no total, dos quais 35 com 21 m de altura e sete com 18 m. Para fundação dos caixões foi realizada uma dragagem até a profundidade de-19,5 m, eliminando todas as camadas superficiais de baixa resistência.
Dos 42 caixões, 36 foram produzidos no local e seis em Arraial do Cabo( RJ), que depois foram rebocados ao porto do Açu.
O quebra-mar em talude está formado por seções de enroncamento e seções de blocos de concreto. O quebra-mar em talude de enroncamento tem 1.015,03 m; o quebra-mar vertical de caixões, 2.808,8 m; e o quebra-mar de canalização, 1.541,1 m.
Terminal em Vila Velha( ES) passará a atender granéis sólidos
O empreendimento em questão integra o sistema portuário da Companhia Docas do Espírito Santo e encontra-se localizado no Porto de Capuaba, Vila Velha( ES). A implantação do cais corrido de Atalaia e do retroberço multiuso, em substituição aos dolfins de atracação, possibilitarão após a sua conclusão, operar também granéis sólidos e carga geral, evitando, com isso, migração de cargas destas naturezas para outros portos.
A implantação de cais corrido, tipo dinamarquês, tem 264,33 m de comprimento e profundidade do berço de atracação de 14 m. O gerenciamento da obra é da Concremat Engenharia e Tecnologia e a construtora é a Etemar Engenharia e Construções.
Anteriormente, a operação portuária era restrita à importação de granéis líquidos. O estudo de viabilidade aponta para um crescimento de carga da ordem de 60 % e já tem beneficiado, direta e indiretamente, cerca de 540 empregados.
A conclusão da obra está prevista para setembro de 2018.
Tanques verticais são erguidos pelo método invertido
Em fevereiro último, o Grupo Vetor Mathias finalizou a construção no porto santista de mais cinco tanques cilíndricos verticais em aço carbono, totalizando 35.509 m ³ de capacidade de armazenagem. O projeto seguiu o regime EPC( engeneering, procurement and construction) e teve como contratante a Ageo Terminais e Armazenagem Gerais.
Para esse projeto foram utilizadas quase 1.300 t entre tubulações, vigas e chaparias, sendo necessários mais de 270 colaboradores envolvidos diretamente na obra.
A empresa é pioneira no sistema de construção de tanques pelo método invertido. A montagem ocorre pelo sistema de macacos de elevação de carga com distribuição de chapas em magazines, tecnologia que possibilita a construção dos tanques ao nível do chão. Essa tecnologia dispensa a utilização de grandes guindastes, máquinas especiais ou andaimes. O sistema de disposição de chapas em magazines realiza a calandragem das chapas diretamente no local de montagem.
O sistema invertido parte na sequência contrária do sistema tradicional. Desta forma o tanque sobe pronto, com a montagem de acessórios e escadas, podendo inclusive subir pintado com a camada final de acabamento.
Inicialmente, são dispostas as chapas para fundo de tanque, seguido pela montagem do teto cônico autoportante, conforme as orientações do API-650. O teto do tanque já é montado com guarda-corpo, dando condições de segurança para montagem de bocais e acabamentos. Após a montagem do teto inicia-se a elevação das chapas laterais, anel por anel.
A cada segmento montado são executadas minuciosas avaliações de qualidade visual de solda e ensaios com líquido penetrante( LP). Por fim, após a furação, posicionamento, solda e inspeção dos bocais e acessórios, é realizado o teste hidrostático com acompanhamento da equipe de qualidade. Essa é a garantia final de estanqueidade para liberar o tanque para operação.
As dimensões da obra alcançaram 10.900 m ² de área civil construída, com 890 m ² de área de demolição.
32 | | Fevereiro / Março 2018