S a b e s p / O b r a s
Interligação constrói captação com fundação submersa
Augusto Diniz – Santa Isabel( SP)
Fotos: Augusto Diniz
Estação de captação de água bruta com fundação submersa na represa de Jaguari
As obras de interligação das represas Jaguari, na Bacia do rio Paraíba do Sul, e Atibainha, que compõem o Sistema Cantareira, envolveram a construção de estação de captação com fundação submersa, um trabalho complexo e raro no País.
A obra da chamada Interligação Jaguari-Atibainha começou em fevereiro de 2016 e foi contratada pela Sabesp, com investimento de R $ 555 milhões, na modalidade RDC( Regime Diferenciado de Contrato) devido à necessidade premente de implantar o projeto e, assim, garantir mais segurança hídrica a Região Metropolitana de São Paulo( RMSP), que vivia então um período de escassez de água. Assim, os trabalhos – do projeto às execuções – ficaram a cargo do consórcio formado pelas empresas Serveng, Engeform e PB Construções.
A interligação inicialmente estava prevista para ser entregue no segundo semestre de 2018, mas a operação poderá ser antecipada para o primeiro. As obras chegaram a ter no pico 1.300 trabalhadores entre agosto 2016 a agosto 2017.
O empreendimento foi divido em três grandes frentes de trabalho: estação elevatória de Água Bruta Jaguari e estruturas adjacentes, localizada no município de Santa Isabel; a adutora de 13,2 km, que percorre
MAPA MOSTRA O TRAJETO DA TRANSPOSIÇÃO parte expressiva do município de Igaratá; e um túnel de 6,1 km escavado em rocha, cujo desemboque ocorre na represa de Atibainha, no município de Nazaré Paulista.
A Interligação Jaguari-Atibainha permitirá transferências de água a uma vazão média de 5,13 m ³/ s, com índice máximo de 8.500 l / s de Jaguari para Atibainha, e de 12.200 l / s no sentido contrário, se necessário.
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA
A estação elevatória de água bruta, com potência de 30 mil cv( 5 mil cv cada bomba), é a mais complexa obra de interligação. Inicialmente, imaginou-se construir a estação elevatória adotando o tradicional método de ensacadeira dentro da represa para execução dos trabalhos. Mas o consórcio optou pela ousada fundação submersa, com uma ponte fazendo a ligação da estrutura com a margem.
Isso exigiu a montagem de um cais de balsas na represa para movimentação de cargas e execução dos serviços pela água. Foram cravados seis tubulões com 30 m de profundidade e 4,20 m de diâmetro, com cada estaca consumindo 230 m ³ de concreto.
O detalhe é que em cada fundação encontra-se o poço de sucção de água bruta da captação. É que após a cravação dos tubulões e concretagem das fundações, acoplaram-se a elas câmaras metálicas para formar os seis poços de sucção de água da estação elevatória dentro da represa.
Os equipamentos utilizados para montagem da superestrutura na água envolveram três balsas, sendo uma de 18 m x 42 m e duas de 17 m x 30 m, além de quatro guindastes entre 90 t e 230 t e um martelo de cravação de 20 t. Mergulhadores especializados deram apoio aos trabalhos submersos.
Bombas flutuantes, três em cada um dos seis poços de sucção, poderão operar dando continuidade à retirada de água quando a
24 | | Novembro / Dezembro 2017