Edição 564 Novembro/Dezembro OE_564_final | Page 12
R o
d o v i a s
/ C o
n ce s s õ e s
Viaduto adota quatro técnicas diferentes na obra
Augusto Diniz – Jundiaí (SP)
Uma das técnicas de construção do Viaduto das Valquírias é o balanço sucessivo
Na principal estrutura que está sendo executada nas obras
do trecho entre os km 55,9 ao km 61, da rodovia Anhanguera, na
altura de Jundiaí (SP), quatro técnicas de engenharia estão sen-
do empregadas. Trata-se do Viaduto das Valquírias, com 390,4
m de extensão e projetada em curva.
As obras naquele trecho da rodovia têm o nome de Com-
plexo Viário de Jundiaí, com investimentos de R$ 230 milhões.
Segundo a concessionária, o volume diário médio (VDM) naque-
la parte da rodovia é de 80 mil veículos nos dois sentidos – a
população local usa o trecho como meio de ligação entre os
bairros de Jundiaí.
Os trabalhos no complexo são divididos em duas fases. A 1A
foi entregue em novembro. Já a 1B, que envolve a construção do
Viaduto das Valquírias, terá os trabalhos encerrados até o meio
do ano que vem.
O engenheiro Guilherme Baldassari, gestor de Engenharia
da AutoBAn, concessionária do grupo CCR e administradora da
rodovia, relata as quatro técnicas adotadas para construção da
estrutura:
Encontro estruturado - Trata-se de estrutura composta por vi-
gas transversinas apoiadas em paredes estruturadas nas laterais.
Apoiam-se as lajes pré-moldadas sobre as vigas transversinas
para posterior concretagem da laje.
Vigas pré-moldadas protendidas (dois vãos) – As vigas foram
executadas em berços, no solo, e depois lançadas com guin-
dastes até seus apoios finais. São vigas de 70 t. Nesse caso,
apoiam-se as lajes pré-moldadas sobre as vigas para posterior
concretagem.
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Caixão perdido em balanço sucessivo – Aplicado na maior par-
te do viaduto, esta solução estrutural foi utilizada para transpor
os grandes vãos sem o uso de cimbramento e sem interferência
no tráfego da rodovia. A estrutura do viaduto é construída sem
nenhum tipo de escoramento, apenas com o uso de treliças me-
tálicas, que possibilitam o avanço das concretagens. O equilíbrio é
feito a partir da utilização das treliças, presas a cabos ancorados
aos pilares provisórios e também da própria estrutura tensionada
(aduelas), equivalente a um segmento da laje. Com o término de
cada aduela, as treliças avançam e uma nova etapa é executada,
e assim sucessivamente. O trabalho acontece de forma simultânea
em cada pilar – e na mesma proporção e tempo – até que as adue-
las se juntem e formem o viaduto. Todo o balanço é protendido no
final para dar rigidez a todo o conjunto.
Caixão perdido sobre cimbramento – Duas metades de vãos em
caixão perdido sobre cimbramento, nos locais possíveis, foram
construídas em virtude da ausência de interferências de vias.
Guilherme explica que a parte mais complexa da obra tem
sido a construção do caixão em balanço sucessivo, trecho com
182,8 m. São quatro disparos de treliças metálicas, dois lançados
em cada lado dos dois pilares centrais da estrutura, localizados
cada um em uma margem da rodovia. No total, serão montadas
32 aduelas de avanço, além de três fechamentos.
O ciclo completo de concretagem de cada aduela leva cerca
de 11 dias e envolvem posicionamento da treliça metálica, fôr-
ma e concretagem de lajes, paredes e parte superior, além da
protensão. O fechamento do viaduto quando se encontram as
treliças, é previsto de acontecer em dezembro.