ebook_curadoria_digital_usp.pdf Curadoria Teste - May. 2014 | Page 61
O curador como filtrador aborda um modelo mais conservador e individualista (“eu sou o que eu linko”), enquanto
o curador como agenciador tem papel de criar algum ponto de tensão que faça com que os outros produzam a partir
de um primeiro ponto, criando mecanismos favoráveis para que os conteúdos se desenvolvam. O terceiro modelo
considera que “as coisas são como você linka”, isto é, a plataforma utilizada também interfere naquilo que eu
dissemino à minha audiência.
Beiguelman (2011) enfatiza que a curadoria da informação é a inteligência distribuída pela rede, sendo que
alimenta e é alimentada por essa inteligência baseada na sociedade de conhecimento. A pesquisadora (2011) ressalta
que a inteligência distribuída não se mede por quantidade de “likes” e “followers”: “Figurar nos Trending Topics do
Twitter não significa absolutamente nada se isso não tiver um impacto social, se não mudar a situação de alguma
coisa na sociedade. Isso, muitas vezes, nem é informação”.
A curadoria da informação é mais um desafio trazido pela sociedade da informação, pela fartura de dados e pelo
excesso de conteúdo disponível na rede.
A autora também defende que vivemos em uma “dadosfera”, uma vez que a disposição de dados ao nosso redor
nunca ocorreu antes na história. E como essa avalanche informacional não diz respeito necessariamente à qualidade,
a situação justifica a existência do curador:
Por um lado nós temos uma explosão de informação, por outro, temos de aprender a
lidar com a fartura. A maior parte do que se tem é lixo, o que não significa que ele não
deva ser arquivado. (...) O lixo não foi criado pela internet, mas apenas encontrou espaço
par H