ebook_curadoria_digital_usp.pdf Curadoria Teste - May. 2014 | Page 60

Jenkins (2009) explica o seu conceito de mídia espalhável: O conceito de “espalhável” preserva muito do que era útil em seus modelos anteriores. (...) Ele reconhece os caminhos que teóricos como Van der Graaf ou Knoebel e Lankshear utilizaram para revisitar os conceitos passivos e estáticos de “memes” e “viral” para refletir sobre a realidade dessa nova web social, ao mesmo tempo que sugere que esse paradigma que emerge é substancialmente tão diferente das conceitualizações iniciais que exige uma nova terminologia. Esse novo modelo “espalhável” permite evitar o uso das metáforas como “infecção” e “contaminação”, que superestimam o poder das empresas de mídia e subestimam o dos consumidores. (...) nesse modelo emergente, os consumidores exercem um papel ativo em “espalhar” conteúdo ao invés de serem hospedeiros passivos de mídia viral: suas escolhas, seus investimentos, suas ações determinam o que gera valor no novo espaço midiático. Encaramos a mídia espalhável como um recurso que os usuários-mídia possuem na rede quando tem em mãos conteúdos relevantes. Ou seja, quando os conteúdos chamam a atenção se tornam “viralizáveis” entre os usuáriosmídia. O que é curadoria? A etimologia da palavra “curar” traz como significado o “zelar por”, “cuidar de”. Já em outros sentidos, o curador pode ser considerado um vigia ou ainda pode exercer a chamada curadoria religiosa ou monástica. Com o advento das mídias sociais e das redes sociais online, o termo curador vem aparecendo com frequência no campo prático. Há inúmeros sites que recomendam receitas para uma boa curadoria, dicas de ferramentas e aplicativos para “bombar” sua curadoria entre outros. No entanto, apesar da futilidade com que o assunto é tratado, o tema serve para pensarmos em novos formatos de produção, distribuição e disseminação de conhecimento e conteúdos em uma cultura pautada ou baseada na rede. A estudiosa, midiartista e professora da FAU-USP, Giselle Beiguelman (2011), propõe uma categorização – que ela prefere chamar de caminhos e não de normas – da figura do curador: como filtrador, como agenciador e a plataforma como dispositivo curatorial. 60