ENRIQUE SANTOS
conhecido no mundo dos escritores ou a intensão de ganhar dinheiro, que os jovens consomem todos os dias e acabam por terem essas pro-
deixo isso para os que na verdade não são artistas, mas, mercenários.
EVa: Autopromoção, você utiliza de alguma? Como você di-
vulga seu trabalho ou atividade?
H.S.: Minha auto promoção são pequenas e modestas postagens
na minha rede social em que mostro um pouco do meu trabalho,
além de divulgar meu trabalho a amigos mais próximos ou a outros
escritores.
duções como únicas referências. Hoje dispomos de uma internet rica
de conteúdos que podem ser explorados e usados como fundamentos
para um bom livro, evitando assim, os clichês e niilismo nas tramas.
Quanto às editoras é crucial que desçam de seus pedestais construídos
pelas vendas de literatura de massa de muitos pseudo-autores, como os
autores mirins com suas autobiografias ou youtubers que culturalmente
não produzem nada, e que depois de descerem desse altar de bobagens,
mergulhem nos autores presos no mundo virtual da internet, pois mui-
EVa: Possui algum projeto literário próprio ou deseja criar al- tos são verdadeiros mestres na arte literária. As editoras devem entender
gum? Qual?
que é no fundo do mar que se encontra as pérolas. Claro que tudo isso
H.S.: Criei uma academia de letras na escola em que trabalho, cha- seria possível se o objetivo das editoras fosse a qualidade literária. As
mada Academia de Letras Tecla Ferreira que tem o objetivo de des- ferramente já existem para essa descoberta, falta a intenção.
cobrir e divulgar os talentos dos alunos e professores da escola. Além
desse projeto, participo do projeto A Arte do Terror e da revista digi-
tal E-Vista, iniciativas que acredito e apoio com muita consideração.
EVa: Quais os cuidados ou focos que os novos autores, edito-
res, devem ter na atualidade onde a era digital pode ser a me-
lhor aliada para realização dos objetivos?
H.S.: Uma parcela dos novos autores brasileiros devem ter a no-
ção de que estão escrevendo no Brasil e para brasileiros. Digo uma
parcela, pois há inúmeros bons autores com estilo próprio e com
tramas muito bem elaboradas. Porém, Já li dezenas de livros de jo-
vens escritores por alguns sites de escrita que jurei estar lendo uma
Fanfic de algum filme ou seriado americano. Tal fato, claro, deve-se a
EVa: Qual seu recebimento por trabalho realizado? O dinheiro
recebido? O prazer de fazer arte? A alegria do próximo? Qual o
seu maior pagamento por cada gesto realizado em seu trabalho
ou por você?
H.S.: O meu maior recebimento é o prazer de concluir uma obra, de
apreciá-la e vê-la sair de minha casa para o mundo. Não tenho preten-
sões financeiras ou egocêntricas. Meu único objetivo é dar vida a minhas
obras e divulgá-las para que sejam apreciadas pelos outros. A cada obra
feita ganho mais ânimo de espírito para criar outra e dessa forma pro-
pagar a arte.
EVa: Literatura é um mundo à parte? Deveria ser uma religião
falha formação literária destes e da avalanche de besteirol americano mesmo estando presente em todos os assuntos do mundo? Ou
Literatura é apenas uma obrigação para o ser humano?
H.S.: A literatura faz parte do espírito humano. Tudo veio dela: a
mitologia, a religião, a ciência. Nosso mundo ocidental é construído por
livros e seus ensinamentos: A Bíblia, o direito romano; e a filosofia Gre-
ga. Não há como fugir dela, pois a praticamos sempre quando sonha-
mos, mentimos, declaramos nossos sentimentos, praguejamos contra
alguém, confessamos algo, dentre outras infinitas ocasiões. Literatura é
fantasia, é realidade, é o meio desses dois termos. Se pudéssemos com-
pará-la com uma religião, ela seria uma religião universal, interior e sem
dogmas, a essência criadora presente em todos as pessoas que pode se
manifestar em todos os lugares e tempos e nunca findará, pois ela é em
si o próprio espírito humano.
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E-Vista