E-Vista Ed. 01/Ano 01 | Page 35

ENRIQUE SANTOS conhecido no mundo dos escritores ou a intensão de ganhar dinheiro, que os jovens consomem todos os dias e acabam por terem essas pro- deixo isso para os que na verdade não são artistas, mas, mercenários. EVa: Autopromoção, você utiliza de alguma? Como você di- vulga seu trabalho ou atividade? H.S.: Minha auto promoção são pequenas e modestas postagens na minha rede social em que mostro um pouco do meu trabalho, além de divulgar meu trabalho a amigos mais próximos ou a outros escritores. duções como únicas referências. Hoje dispomos de uma internet rica de conteúdos que podem ser explorados e usados como fundamentos para um bom livro, evitando assim, os clichês e niilismo nas tramas. Quanto às editoras é crucial que desçam de seus pedestais construídos pelas vendas de literatura de massa de muitos pseudo-autores, como os autores mirins com suas autobiografias ou youtubers que culturalmente não produzem nada, e que depois de descerem desse altar de bobagens, mergulhem nos autores presos no mundo virtual da internet, pois mui- EVa: Possui algum projeto literário próprio ou deseja criar al- tos são verdadeiros mestres na arte literária. As editoras devem entender gum? Qual? que é no fundo do mar que se encontra as pérolas. Claro que tudo isso H.S.: Criei uma academia de letras na escola em que trabalho, cha- seria possível se o objetivo das editoras fosse a qualidade literária. As mada Academia de Letras Tecla Ferreira que tem o objetivo de des- ferramente já existem para essa descoberta, falta a intenção. cobrir e divulgar os talentos dos alunos e professores da escola. Além desse projeto, participo do projeto A Arte do Terror e da revista digi- tal E-Vista, iniciativas que acredito e apoio com muita consideração. EVa: Quais os cuidados ou focos que os novos autores, edito- res, devem ter na atualidade onde a era digital pode ser a me- lhor aliada para realização dos objetivos? H.S.: Uma parcela dos novos autores brasileiros devem ter a no- ção de que estão escrevendo no Brasil e para brasileiros. Digo uma parcela, pois há inúmeros bons autores com estilo próprio e com tramas muito bem elaboradas. Porém, Já li dezenas de livros de jo- vens escritores por alguns sites de escrita que jurei estar lendo uma Fanfic de algum filme ou seriado americano. Tal fato, claro, deve-se a EVa: Qual seu recebimento por trabalho realizado? O dinheiro recebido? O prazer de fazer arte? A alegria do próximo? Qual o seu maior pagamento por cada gesto realizado em seu trabalho ou por você? H.S.: O meu maior recebimento é o prazer de concluir uma obra, de apreciá-la e vê-la sair de minha casa para o mundo. Não tenho preten- sões financeiras ou egocêntricas. Meu único objetivo é dar vida a minhas obras e divulgá-las para que sejam apreciadas pelos outros. A cada obra feita ganho mais ânimo de espírito para criar outra e dessa forma pro- pagar a arte. EVa: Literatura é um mundo à parte? Deveria ser uma religião falha formação literária destes e da avalanche de besteirol americano mesmo estando presente em todos os assuntos do mundo? Ou Literatura é apenas uma obrigação para o ser humano? H.S.: A literatura faz parte do espírito humano. Tudo veio dela: a mitologia, a religião, a ciência. Nosso mundo ocidental é construído por livros e seus ensinamentos: A Bíblia, o direito romano; e a filosofia Gre- ga. Não há como fugir dela, pois a praticamos sempre quando sonha- mos, mentimos, declaramos nossos sentimentos, praguejamos contra alguém, confessamos algo, dentre outras infinitas ocasiões. Literatura é fantasia, é realidade, é o meio desses dois termos. Se pudéssemos com- pará-la com uma religião, ela seria uma religião universal, interior e sem dogmas, a essência criadora presente em todos as pessoas que pode se manifestar em todos os lugares e tempos e nunca findará, pois ela é em si o próprio espírito humano. 35 E-Vista