ENTREVISTA co
EVa: Breve apresentação. Você é..?
T. T.: Simpático, estúpido, artista, arteiro, insensível, sensível,
piadista, taciturno, humilde, arrogante, mutável. Acima de todas as
inconstâncias, genuíno. O quê? Você queria aquele velho texto de
autobiografia? Não vai rolar. É deveras tedioso.
EVa: Qual sua visão quando o assunto é Literatura no
mundo atual? A tecnologia nos deixa mais sábios ou ainda é
preciso usar de meios “não” eletrônicos para fins literários?
T.T.: Sabiedade é construída pela forma como você absorve o
que lhe é entregue, não a plataforma pela qual isso chega. Pode vir
talhado em pedra. Acredito que a Literatura expande a mente, des-
constrói paradigmas. Um diário pessoal é Literatura. Uma carta de
amor escrita na solidão do quarto é Literatura. Uma ameaça de
morte enviada através de palavras é Literatura. Literatura carrega
sentimentos, e cada sentimento é recebido por aquele que está-
suscetível ao respectivo sentimento. Uma vez dentro do leitor ele
vai grelar, modificar ou fortalecer. Assim foi no passado, assim é no
presente, e só vai perdurar se assim continuar sendo. Do contrário, qual
seria a razão da Literatura?
EVa: Como você lida com a crescente massa de novos autores
que utilizam de inúmeras formas para publicarem suas obras?
Você costuma descobri-los por conta própria ou é sempre os
amigos e colegas que lhe indicam um novo autor?
T.T.: Lido da mesma forma que todos deveriam: entendendo que
cada um merece seu espaço e respeitando quando esse espaço é
conquistado. Se o foi, merecimento teve. Não defendo a bandeira
do autor iniciante, assim como não defendo a do já consolidado. Se
chega ao meu conhecimento, via indicação ou via acaso, e se se prova
bom ao que me agrada, a chance é dada. Não importa se é a primeira
publicação ou a décima. Tenho sim meus gêneros eleitos prediletos (e
um segredo que meu gosto varia com o mudar dos humores), mas
não sigo currículos, e sim histórias bem contadas. Ademais, sou eu
quem decide se ela está sendo ou não bem contada. Autopro-
moção não me atrai. Sou mais inclinado a dar uma chance ao texto
indicado por um amigo do que pelo próprio criador.
EVa: A rivalidade existente entre autores independentes,
selos e até mesmo editoras de pequeno porte é visto como algo
bom? Você acha que essa competição é necessária por se tratar
E-Vista
24