E-Vista Ed. 01/Ano 01 | Page 24

ENTREVISTA co EVa: Breve apresentação. Você é..? T. T.: Simpático, estúpido, artista, arteiro, insensível, sensível, piadista, taciturno, humilde, arrogante, mutável. Acima de todas as inconstâncias, genuíno. O quê? Você queria aquele velho texto de autobiografia? Não vai rolar. É deveras tedioso. EVa: Qual sua visão quando o assunto é Literatura no mundo atual? A tecnologia nos deixa mais sábios ou ainda é preciso usar de meios “não” eletrônicos para fins literários? T.T.: Sabiedade é construída pela forma como você absorve o que lhe é entregue, não a plataforma pela qual isso chega. Pode vir talhado em pedra. Acredito que a Literatura expande a mente, des- constrói paradigmas. Um diário pessoal é Literatura. Uma carta de amor escrita na solidão do quarto é Literatura. Uma ameaça de morte enviada através de palavras é Literatura. Literatura carrega sentimentos, e cada sentimento é recebido por aquele que está- suscetível ao respectivo sentimento. Uma vez dentro do leitor ele vai grelar, modificar ou fortalecer. Assim foi no passado, assim é no presente, e só vai perdurar se assim continuar sendo. Do contrário, qual seria a razão da Literatura? EVa: Como você lida com a crescente massa de novos autores que utilizam de inúmeras formas para publicarem suas obras? Você costuma descobri-los por conta própria ou é sempre os amigos e colegas que lhe indicam um novo autor? T.T.: Lido da mesma forma que todos deveriam: entendendo que cada um merece seu espaço e respeitando quando esse espaço é conquistado. Se o foi, merecimento teve. Não defendo a bandeira do autor iniciante, assim como não defendo a do já consolidado. Se chega ao meu conhecimento, via indicação ou via acaso, e se se prova bom ao que me agrada, a chance é dada. Não importa se é a primeira publicação ou a décima. Tenho sim meus gêneros eleitos prediletos (e um segredo que meu gosto varia com o mudar dos humores), mas não sigo currículos, e sim histórias bem contadas. Ademais, sou eu quem decide se ela está sendo ou não bem contada. Autopro- moção não me atrai. Sou mais inclinado a dar uma chance ao texto indicado por um amigo do que pelo próprio criador. EVa: A rivalidade existente entre autores independentes, selos e até mesmo editoras de pequeno porte é visto como algo bom? Você acha que essa competição é necessária por se tratar E-Vista 24