AS ELEIÇÕES
Entre 1907 e o golpe de 28 de maio de 1926 , que colocou um ponto final na I República e originou a Ditadura Militar , realizaram-se 20 eleições para os órgãos sociais do FC Porto : 18 ordinárias ; umas para eleger um presidente que completasse o mandato de um líder morto em funções ( José Monteiro da Costa , em 1911 ); e outras para escolher o substituto de um presidente que foi eleito mas não chegou a tomar posse ( João da Cal , em 1921 ). Durante este período , houve reuniões em três locais diferentes . Entre 1907 e 1912 , foram convocadas para as instalações do clube no número 371 da
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Rua da Rainha , rebatizada como Rua Antero de Quental depois da implantação da República . Com a mudança para o Campo da Constituição , em 1913 , passou a ser a nova sede a acolher os atos eleitorais . A partir de 1920 , provavelmente devido à exiguidade do espaço na Constituição , as sessões passaram para o salão do Centro Comercial do Porto , localizado na Praça Guilherme Gomes Fernandes . As atas nem sempre indicam o número de participantes nas votações e só há dados para 14 das 20 eleições . Testemunham , por um lado , como era muito pequena , face a padrões atuais , a participação : em 1915 , por |
exemplo , os corpos gerentes foram eleitos por apenas 12 associados ; o máximo deste período foi atingido dez anos depois , em 1925 , quando 169 sócios intervieram na segunda reeleição de Domingos de Almeida Soares . Por outro lado , há que assinalar uma tendência de crescimento : até 1920 , nunca houve mais do que 39 sócios a votar ; com a entrada na nova década nunca houve menos do que 81 . O aumento do número de participantes nas assembleias gerais teve reflexos na sua duração , que também tendeu a crescer . Antes de 1919 , tanto quanto é possível saber , só por duas vezes as reuniões duraram |
mais do que duas horas e nunca ultrapassaram as três . Houve mesmo três sessões que tiveram menos do que uma hora , com a mais a curta a realizar-se em 1915 : 15 minutos bastaram para 12 sócios elegerem António Borges d ’ Avelar . A partir de 1919 , as assembleias duraram sempre , no mínimo , duas horas e meia , e chegaram a aproximar-se das seis horas em 1925 , quando pelos menos 169 associados se juntaram entre as 21h30 e as 3h10 da madrugada no Centro Comercial do Porto . A título de curiosidade , registe-se que nesta fase houve assembleias em todos os dias da semana menos à sexta-feira , com a maioria a concretizar-se ao fim de semana |