Dragões #424 Mar 2022 | Page 37

ATUALIDADE

À medida que nos aproximávamos da fronteira entre os dois lados aumentava a intensidade do controlo e do aparato militar . No primeiro checkpoint nem pediam nada , no segundo já se via alguns carros da polícia , no terceiro tinham armamento mais pesado , nos últimos já havia tanques de guerra e sentia-se a guerra iminente . vários dias com “ as sirenes a tocar três ou quatro vezes por dia , o que os obriga a protegerem-se nos abrigos ” – preparam-se para engrossar a onda de deslocados para a Polónia , que depois de dez dias de guerra aproximava-se do milhão de pessoas . Luís Gonçalves tem falado com amigos que vivem na capital ucraniana : “ A maioria continua lá , em Kiev . Têm um sentimento de pertença ao país …”. Ainda que prevaleça a sensação de que o Ocidente poderia fazer mais , a onda de solidariedade do mundo do desporto em relação à Ucrânia não tem deixado ninguém indiferente . No Estádio do Dragão , por exemplo , o jogo com o Gil Vicente foi antecedido por uma homenagem ao povo ucraniano que juntou as três equipas , enquanto nos ecrãs e nas bancadas eram exibidas bandeiras azuis e amarelas . É certo que o apoio à Ucrânia continuará a ter de ser efetivo nos próximos tempos , ninguém sabe até quando . “ Temos de esperar para ver se vai existir Ucrânia a seguir a isto ”, desabafa Vlad Voytso . E , por isso , “ é difícil estar calmo num momento destes ”, lamenta Denis Podolskyy .

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