Dragões #424 Mar 2022 | Page 13

Temos muitos jogadores que são da formação e crescemos com esse ADN , com essa forma de viver o clube , de sentir o clube . É claro que isso ajuda , mas mesmo quem vem de fora sabe da grandeza que o FC Porto tem e aquilo que representa em termos nacionais e internacionais .
ENTREVISTA

Temos muitos jogadores que são da formação e crescemos com esse ADN , com essa forma de viver o clube , de sentir o clube . É claro que isso ajuda , mas mesmo quem vem de fora sabe da grandeza que o FC Porto tem e aquilo que representa em termos nacionais e internacionais .

” continuar a dar tudo por eles e por este símbolo , porque este clube merece e exige o melhor de nós ”.

Foi difícil nascer no seio de uma família portista e começar a jogar futebol no Sporting ? Não . Tenho a felicidade de ter nascido portista , mas no início da minha carreira as coisas encaminharam-se para jogar num clube rival . Mal tive a oportunidade de vir para o clube que amo , e pelo qual a minha família é fanática , decidi logo vir para o FC Porto .
Que recordações guarda dessa fase inicial da formação ? Guardo muitas recordações dessa fase , mas também do estrangeiro , quando acompanhei o meu pai na fase final da carreira dele , como no PAOK ou no Standard de Liége . Desde aí que tenho uma grande paixão pelo futebol . Foi desde aí que percebi que era o que queria fazer para a minha vida .
Como fazia para festejar os golos do FC Porto em Alcochete , por exemplo ? Normalmente estava sempre no meu quarto , tranquilo . Ficava fechado no quarto e via sozinho os jogos do FC Porto . Acompanhava os jogos e festejava os golos sozinho no meu quarto .
No verão de 2017 , o seu pai tornou-se treinador do FC Porto e acabou por acompanhá-lo na viagem para a Invicta . Era um momento pelo qual ansiava ? Sim , muito ! Foi um momento em que o meu pai deixou a França para vir treinar o FC Porto e eu na altura estava na Academia do Sporting , mas o FC Porto já tinha demonstrado interesse em contar comigo . Isso tornou o processo mais fácil e decidi vir para o FC Porto na altura , felizmente correu tudo bem .
Quão importante foi aquela época no Padroense , em 2017 / 18 ? Sinto que foi uma época muito importante , muito importante mesmo . Eu próprio senti-me muito importante na equipa e disputámos um campeonato contra jogadores mais velhos , o que nos dá alguma maturidade naquela idade . Sinto que nesse ano evoluí muito e que esse ano me ajudou muito para aquilo que foi a época seguinte nos Sub-17 , em que consegui fazer uma grande temporada , com muitos golos e várias chamadas à seleção . Sinto que evoluí muito nesse ano em que estive no Padroense .
Seguiu-se uma grande temporada nos Sub-17 e , posteriormente , nos Sub-19 . Esses dois anos foram essenciais para aquela meia época de alto nível na equipa B ? Nos Sub-17 estive muito bem , mas nos Sub-19 senti alguma dificuldade também , porque tive uma ou outra lesão no início da época que dificultou a minha adaptação . Logo a seguir aos Sub-19 tivemos aquela pausa devido à pandemia e tivemos de ficar confinados . Aí trabalhei muito forte e , mesmo não estando em competição , prepareime para estar ao mais alto nível quando o futebol regressasse .
Quais foram as principais diferenças ou dificuldades que encontrou na primeira época como sénior e num contexto tão competitivo como o da Segunda Liga ? Senti diferenças na intensidade do jogo , na velocidade com que se jogava . Na Segunda Liga defrontamos jogadores muito experientes e isso deu-me coisas a que não estava habituado na formação . Sinto que me adaptei rápido à Segunda Liga e penso que o tempo em que estive lá me deu uma ajuda tremenda .
Em 2020 / 21 é lançado por Sérgio Conceição na equipa principal do FC Porto . Para ser um verdadeiro conto de fadas só faltou ser campeão nacional nessa época ? Sim , sem dúvida ! Nesse ano ,
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