MERCADO
STEPHEN ESTAQUIO
Com “ orgulho ” e cheio de “ vontade ”
O primeiro reforço de inverno do FC Porto nasceu no Canadá , fez formação na região Oeste , passou pelo México e chegou à Invicta vindo de Paços de Ferreira . Stephen Eustaquio – assim mesmo , sem acento , tal qual o apelido do avô paterno que faz questão de adotar – alarga as opções de Sérgio Conceição para o setor intermédio depois de completar uma transferência por empréstimo com opção de compra válida até ao final da época . Filho de emigrantes portugueses em Leamington - o mais meridional dos territórios canadianos - o mais novo de dois irmãos veio ao mundo três dias antes do Natal de 1996 para iluminar as festividades de uma família que se viu forçada a abandonar o país em busca de uma vida melhor . Naturais da Nazaré , os Eustaquio viveram uma década no Great White North antes de regressarem a casa . Tal como Mauro , Stephen deu os primeiros toques na bola ao serviço do clube da terra , Os
Nazarenos , antes de seguir o percurso do irmão mais velho e de também ele se mudar para o principal emblema da região , a União de Leiria . Aí se mantiveram juntos , ainda que em escalões separados , até 2014 – ano em que Mauro Eustaquio voltou ao Canadá para agarrar a primeira oportunidade de assinar
um contrato profissional . Stephen ficou por cá , trocando Leiria por Torres Vedras depois de uma temporada em que não teve as chances que merecia . Ainda que com a casa às costas , os pais Eustaquio acompanhavam a carreira dos filhos sempre que possível e foi já enquanto júnior do Torreense que o centrocampista começou a dar nas vistas . Tanto que encantou
Kenedy , antigo jogador do FC Porto e então treinador do Leixões , que o levou para Matosinhos assim que pôde . Meia época no Mar bastou para que o Desportivo de Chaves e a seleção nacional de sub-21 recrutassem os serviços do lusocanadiano , que passou os doze meses seguintes em Trás-os- Montes antes de voltar a cruzar
“ Sei que é um desafio muito grande , mas aqui estou eu pronto a trabalhar para conseguir resultados .”
o Atlântico a pedido de Pedro Caixinha . A passagem pelo Cruz Azul foi curta , muito por culpa de uma gravíssima lesão que condicionou de sobremaneira a experiência do canadiano e o fez regressar a Portugal . Da Cidade do México para Paços de Ferreira , o camisola 46 estabeleceu-se definitivamente como um dos valores seguros da Liga portuguesa e do futebol norte-americano . Prova disso mesmo foi o desfecho da campanha 2019 / 20 do médio que vestiu as camisolas do Paços e do Canadá : um quinto lugar no campeonato - que valeu a qualificação europeia - e a chegada às meias-finais da Gold Cup com o registo de três golos e uma assistência na caminhada dos “ maple leafs ”. Setenta e quatro jogos pelos da Mata Real e 18 internacionalizações depois , Eustaquio muda-se para o reino do Dragão cheio de “ ilusão e muita vontade de começar a trabalhar ”. “ Fiquei muito feliz . Foi uma notícia que recebi com agrado e acredito que é merecido , porque sempre trabalhei para isto . Sei que é um desafio muito grande , mas aqui estou eu ponto a trabalhar para conseguir resultados ”, disse na primeira ocasião em que vestiu de azul e branco , cores que o enchem de “ orgulho ” e o levam a prometer “ dar o máximo ” em prol de “ um grande clube ” ao serviço do qual pretende “ alcançar os objetivos ”.
25 REVISTA DRAGÕES FEVEREIRO 2022