Uma das muitas representações existentes no Palácio da Bolsa do brasão da Associação Comercial do Porto . Inspirado no brasão que a cidade possuiu entre 1837 e 1940 , o emblema desta instituição é , à semelhança daquele , encimado , tal como o do FC Porto , pela coroa ducal com o Dragão Invicto .
Escadaria Nobre do
Palácio da Bolsa com placa em mármore dos fundadores e primeiros dirigentes da Associação
Comercial do Porto . Esta inscrição é rematada pelo emblema da instituição , em bronze , sobre a qual domina a figura do dragão .
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Gonçalves de Sousa – até às múltiplas representações de tal emblema nas madeiras das cadeiras e outro mobiliário do edifício . Imensos são também os brasões , com o seu dragão , concebidos no estuque ornamental que reveste muitos dos tetos e , não raras vezes , os “ fingidos ” das paredes . Entre eles vale a pena distinguir os localizados sobre as portas do Tribunal do Comércio ( espaço de autoria do arquiteto Joel da Silva Pereira com pinturas do consagrado pintor Veloso Salgado ), ou o que domina , em alto-relevo , a Sala das Assembleias Gerais ( concebida pelo arquiteto Tomás Soller ). Interessante , por ser num material mais raro , é o tapete ( tipo Beiriz ) atualmente localizado num compartimento anexo ao que recria o gabinete de trabalho de Gustave Eiffel e no qual se evidencia o brasão da associação com o seu dragão . O espaço mais emblemático do palácio , possivelmente a sala mais bela da cidade e uma das mais sublimes do país , é o Salão Nobre , |
também conhecido por Salão Árabe . Construído entre 1862 e 1880 , este espaço , muitas vezes designado como “ o Alhambra português ”, caracteriza-se pela sua exuberante estética neoárabe , tão ao gosto dos revivalismos românticos que tanto caracterizaram e persistiram entre nós na segunda metade do século XIX . Ora , entre a profusão de rendilhados e outra luxuriante ornamentação , encontramos também , em estuque dourado , o emblema da Associação Comercial do Porto . E por isso , um dragão não poderia faltar num dos mais belos e icónicos espaços da cidade . Mas , para lá dos que surgem naturalmente associados ao símbolo da associação , outros e surpreendentes dragões marcam presença no Palácio da Bolsa . Dois são mesmo dos mais belos da cidade . Um deles localiza-se num dos espaços mais virtuosos do edifício : o Pátio das Nações onde , durante décadas , funcionou a Bolsa Oficial do Porto . Aqui , a conclusão das obras decorreu entre 1879 e |
1883 , dirigidas pelo arquiteto Tomás Soller , e a designação resulta do facto de o teto estar pintado com as armas das principais nações com que , na época , o Porto possuía relações comerciais . O dragão , contudo , não está no teto , mas sim no belíssimo pavimento cerâmico , em ladrilhos , originário da Alemanha . Outro belo dragão é o que se pode observar , pintado no teto , na biblioteca ou “ Gabinete de Leitura ”. Trata-se de uma das últimas intervenções artísticas realizadas no palácio , em data posterior a janeiro de 1907 , e foi concebida e executada por um dos nomes maiores da arte portuguesa do início do século XX : o pintor António Carneiro . Além destes , muitas outras figuras com feições de dragão se espalham pelo edifício , nomeadamente nos motivos decorativos em estuque que decoram corredores , galerias e outras dependências do palácio . Um outro palácio da cidade marcado pela presença dos dragões é o Palácio da Justiça – o Tribunal da Relação do Porto . Inaugurado há 60 anos , em outubro de 1961 , com base num projeto do arquiteto Rodrigues Lima , este monumental edifício , ocupando 3.600 metros quadrados e com oito pisos , reflete ainda muito da estética arquitetónica e plástica da ditadura do Estado Novo . Até por isso é surpreendente a forma como , ao cimo da imponente escadaria e acabados de entrar no imóvel , somos recebidos por um conjunto de portas envidraçadas que apresentam o brasão do Porto liberal , com a coroa e o dragão , que a ditadura abolira em 1940 , mas que , mais de vinte anos depois , os responsáveis locais da Justiça aparentemente não tinham ainda assumido . Certo é que o mesmo brasão , ao lado das representações heráldicas dos restantes concelhos da Relação do Porto nas versões já alteradas pela ditadura , se repete em janelas do edifício . E , com ele , o dragão . |