CICLISMO
Não é a primeira vez que escrevemos sobre João Rodrigues e certamente não será a última . Tem sido um dos homens em destaque da W52-FC Porto nas últimas temporadas e em maio atingiu mais um marco importante no universo azul e branco . A vitória na Volta ao Algarve e nas estradas que tão bem conhece faz dele o segundo portista a vestir a camisola amarela no final da Algarvia e o primeiro corredor português a concluir a prova na primeira posição desde 2006 . Na competição mais internacional do calendário nacional , os Dragões voltaram a ombrear com algumas das melhores equipas do pelotão mundial . A Deucenik – Quick Step , a UE Emirates e a INEOS Grenadier , entre outras , voltaram a marcar presença e encontrariam nos portistas um adversário à altura , ainda que , como previsto , a primeira etapa da 47 .ª edição não tivesse revelado os verdadeiros candidatos . Decidida ao sprint , depois de 189,5 quilómetros entre Lagos e Portimão , o irlandês Sam Bennett ( Deucenik – Quick Step ) foi o primeiro a vestir de amarelo , com cinco ciclistas da W52-FC Porto a terminar com o mesmo tempo que o líder . Esta tirada inicial acabou por provocar algumas mazelas na equipa . Amaro Antunes sofreu uma queda a três quilómetros do fim , que o deixou algo condicionado para o que ainda faltava correr . Não se deixando abalar pela mudança de planos , a mestria de Nuno Ribeiro voltou a estar evidente , uma vez que permitiu a João Rodrigues lutar pela vitória na Fóia , o ponto mais alto do Algarve e onde se começariam a definir as contas da geral . Foram quatro prémios de montanha , numa das etapas mais desgastantes de toda a prova , que terminou com o corredor algarvio na segunda posição , logo atrás do surpreendente Ethan Hayter ( INEOS Grenadier ), que assumiu a camisola amarela . Por esta altura , João Rodrigues era o novo líder da classificação de montanha e foi com outros tons de azul que correu até ao final , ainda que esta camisola não fosse importante para os objetivos do corredor . O foco estava na amarela e para isso lutou , mesmo que a tarefa se tenha complicado na quarta etapa . Mas já lá vamos . Antes de avançarmos , é necessário enaltecer o enorme trabalho de
“ Seja com A , B ou C , só nos contentamos com a vitória . Felizmente , consegui dar esta prenda a toda a equipa e a quem nos apoiou ao longo destes cinco dias .” toda a equipa que permitiu esta conquista . Quer seja a puxar o pelotão , como já é norma em Samuel Caldeira e Ricardo Mestre , ou a proteger os líderes Joni Brandão , Amaro Antunes e João Rodrigues , como fizeram José Neves e Daniel Mestre , todos deram o máximo nas estradas algarvias e ajudaram a W55-FC Porto , não só a lutar lado a lado contra equipas do World Tour , como a terminar a geral por equipas no primeiro lugar . A terceira tirada não trouxe mudanças significativas . Decidida ao sprint , a etapa mais longa da prova terminou com Sam Bennett novamente na frente , voltando a impor-se como um dos melhores sprinters da atualidade . Para as contas da geral , tudo se manteve igual antes do fim de semana das decisões . Tal como em 2020 , haveria subida ao Malhão e contrarrelógio nos dois dias finais , só que esta
53 REVISTA DRAGÕES JUNHO 2021