FUTEBOL
NOVEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
Angeline da Costa
“ ESTOU NO CAMINHO E NO CLUBE CERTO”
OS PORTISTAS TINHAM ACABADO DE FESTEJAR O PENTACAMPEONATO QUANDO ANGELINE DA COSTA NASCEU NOS ARREDORES DE TOULOUSE, A MAIS DE MIL QUILÓMETROS DA AVENIDA DOS ALIADOS. FILHA DE EMIGRANTES QUE NUNCA ESQUECERAM OS ENCANTOS DO AZUL E BRANCO, NÃO TARDOU A RENDER-SE ÀS CORES LÁ DE CASA E A DESENVOLVER UMA PAIXÃO QUE NEM A DISTÂNCIA FOI CAPAZ DE ESMORECER. COM A BOLA NO PÉ, ESPALHOU MAGIA, CRUZOU FRONTEIRAS E CONCRETIZOU SONHOS, LONGE DE IMAGINAR QUE UM DIA VIVERIA O MAIOR DELES TODOS: JOGAR NO ESTÁDIO DO DRAGÃO.
ENTREVISTA de MARIA LEONOR COELHO
Nasceu em França, mas tem dupla nacionalidade. Falenos sobre as suas origens. Os meus pais nasceram no Norte de Portugal, a minha mãe é de Amarante e o meu pai é de Vila Verde, mas mudaram-se para França à procura de um futuro melhor. Eu nasci em França e a maior parte da minha família continua a morar lá, mas sempre tive uma ligação especial a Portugal e adorava passar o verão aqui. Agora, quando penso no meu futuro, já só me imagino em Portugal, para ser honesta. Gosto muito da vida aqui.
O Estádio do Dragão era um local de paragem obrigatória durante as férias? Sim, vínhamos sempre passear à volta do estádio e, na altura, até fizemos uma visita guiada ao Museu.
São todos portistas lá em casa?
Sim, mas em França tínhamos uma ligação luso-francesa com o FC Porto, como se costumava dizer. O meu pai falava-nos especialmente dos jogadores franceses que passaram pelo clube e realçava a ligação entre os dois países. Quando comecei a jogar, o meu pai não teve dúvidas e disseme que eu era uma jogadora à Porto.
Como viviam essa paixão à distância? Costumava ver vídeos e cheguei a ver alguns jogos quando passavam na televisão. O meu pai falava-nos muito do FC Porto e sempre senti uma ligação muito forte com o futebol português. Via muitos jogos da seleção também e, quando França e Portugal se defrontavam, a família dividiase. Esses dias eram caóticos lá em casa.
A Angeline torcia por qual das seleções? Naquela altura tinha o coração dividido, porque fui formada em França e comecei a jogar nas camadas jovens da seleção francesa, mas quando me mudei para Portugal, identifiquei-me imediatamente com o futebol português e agora só tenho uma seleção.
Quem eram as suas referências? Gostava muito do Quaresma e daqueles cruzamentos de trivela. Mais tarde, quando comecei a ver futebol feminino, a minha referência passou a ser a Dolores Silva.
Foi o exemplo deles que a inspirou a começar a jogar? Não. Sempre tive esse bichinho, porque o meu pai e o meu irmão também jogavam e eu passava muito tempo ao lado do campo a ver os jogos deles. Nessa altura já andava sempre com uma bola no pé. Sempre gostei de jogar com o meu pai e o meu irmão.
Em que ponto estava o futebol feminino em França quando começou a jogar?
53