DOCUMENTÁRIO
NOVEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES quem o defrontou ou recebeu noutros emblemas: jogadores da CUF, os primeiros adversários que enfrentou como sénior em 1974; rivais históricos como Humberto Coelho ou Toni; antigos colegas do Sporting de Gijón, como o capitão Joaquín ou Giménez; e figuras ligadas ao Sporting, entre as quais Jorge Cadete e o então presidente José Sousa Cintra. No conjunto nasce um retrato completo de um avançado que marcou mais de 400 golos na carreira – 355 deles com a camisola do FC Porto, um número inigualável.
ÍDOLO DE GERAÇÕES A antestreia de“ Nascido para Marcar”, no Auditório José Maria Pedroto, juntou Direção, família, amigos, antigos companheiros e treinadores de Fernando Gomes. Foi aí que André Villas-Boas resumiu aquilo que o filme se encarrega de desenvolver:“ Não há nada mais maravilhoso do que a história de Fernando Gomes no FC Porto.” O presidente do clube lembrou“ o quarto jogador mais utilizado na história do FC Porto”, um homem que“ conquistou um número de títulos e de vitórias sem igual” e que foi, e continua a ser,“ um ídolo de gerações”. Na memória de muitos portistas, permanece a imagem dos pequenos calendários de bolso religiosamente guardados na carteira, com o número 9 e as duas Botas de Ouro de um ponta de lança que parecia renascer todos os domingos para marcar outra vez. Mas Fernando Gomes foi muito mais do que um goleador. Depois de terminar a carreira de jogador, continuou a servir o clube em várias funções: sócio desde os seis anos, dirigente, diretor de scouting, diretor da formação e três vezes Dragão de Ouro.“ O FC Porto deve-lhe muito”, sublinhou André Villas- Boas, entregando ao filho, Martim, o cartão de sócio do pai como símbolo de uma vida inteira ligada ao emblema que vestiu dentro e fora de campo.
DOCUMENTO PRECIOSO Se“ Nascido para Marcar” é um documento precioso para quem viu Gomes jogar, é também uma porta de entrada para quem só conhece o nome e os números. O próprio Martim Gomes descreve o filme como“ uma viagem pela vida” do pai e como“ um passo importante para que a memória dele nunca seja esquecida e para que as novas gerações saibam quem foi o Fernando Gomes”. Falou da irmã de cinco anos, que teve poucas oportunidades para conhecer o pai, e de todos os adeptos mais novos que, através deste documentário, vão descobrir quem era o eterno Bibota que festejava golos com elegância e caráter. Ao longo da antestreia, Martim agradeceu ao FC Porto e a todos os que trabalharam no projeto( Rui Cerqueira, João Figueiredo, Hugo Matos, Francisco Simari, Daniel Costa, João Silva e Sérgio Silva) que se dedicaram a contar esta história“ com cuidado e rigor”. Nas suas palavras, o que mais o orgulha não são apenas os golos ou os troféus, mas o facto de o pai ter“ marcado tantas pessoas dentro e fora dos relvados”, incluindo adversários. Depois de“ José Maria Pedroto – Um Homem Superior”,“ Nascido para Marcar”
A carreira, a paixão, as estatísticas, as homenagens e as reações à morte do melhor marcador de todos os tempos do FC Porto. Da Constituição às Astúrias, das Antas à seleção, Fernando Gomes era o golo. Em dezembro de 2022, o duplo vencedor da Bota de Ouro voltou a ser capa da Dragões, mas então pelas piores razões.
confirma o compromisso do FC Porto em preservar e partilhar a própria memória com conteúdos produzidos dentro de casa e pensados para falar tanto aos que viveram esses tempos nas bancadas como a quem os descobre agora. Na noite de 21 de novembro, às 21h00, no YouTube do FC Porto, a história voltou a rolar. Em duas partes de 55 minutos,“ Nascido para Marcar” põe em perspetiva os 355 golos em 452 jogos, o sócio desde os seis anos, o dirigente dedicado e o ídolo de gerações que continuará a viver em cada adepto. Há jogadores que nasceram para marcar golos e há outros, mais raros, que nasceram para marcar um clube para sempre. Gomes foi os dois.
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