DOCUMENTÁRIO
NOVEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
O NOVE QUE NÃO
ACABA
“ Nascido para Marcar” estreou às 21h00 de 21 de novembro no YouTube do FC Porto e devolve Fernando Gomes ao centro do relvado. Em duas partes de 55 minutos e com a ajuda de 34 depoimentos, o documentário traça o retrato íntimo do duplo vencedor da Bota de Ouro que fez do FC Porto casa, destino e legado.
TEXTO de ALBERTO BARBOSA
Na noite que precedeu aquele que seria o seu 69.º aniversário, Fernando Gomes voltou a entrar em campo, desta vez no grande ecrã.“ Nascido para Marcar”, o documentário que percorre a vida e a carreira do duplo vencedor da Bota de Ouro e melhor marcador da história do FC Porto, estreou às 21h00 de 21 de novembro no YouTube do FC Porto, antes de chegar também ao Porto Canal. É mais do que um filme sobre golos: é um retrato íntimo de um homem que fez do clube a sua casa e da baliza um destino inevitável. Produzido inteiramente pelos meios internos do FC Porto,“ Nascido para Marcar” acompanha Fernando Gomes desde o bairro de Campanhã, onde deu os primeiros toques na bola, até ao lugar que ocupa hoje na memória coletiva do futebol português. Pelo caminho, o miúdo que chegou ao clube através das famosas captações transforma-se em símbolo, capitão, dirigente, Dragão de Ouro e em referência para várias gerações de adeptos. Dividido em duas partes de 55 minutos, o documentário combina imagens de arquivo, depoimentos históricos e uma série de testemunhos exclusivos que ajudam a reconstruir a figura de Fernando Gomes em toda a sua dimensão: o goleador, o companheiro de balneário, o capitão, o dirigente e o sócio 1.280 que nunca deixou de viver o FC Porto por dentro.
34 VOZES E UM RETRATO A estrutura de“ Nascido para Marcar” assenta num conjunto de 34 entrevistas que atravessam todas as fases da vida e da carreira de Fernando Gomes. Há família e amigos de infância, que viram despontar o talento para o golo nos campos do bairro; há colegas da formação do FC Porto que o recordam nas equipas orientadas por António Feliciano; e há muitos dos que partilharam o balneário portista com esta autêntica máquina de marcar. João Pinto, Rodolfo Reis, Paulo Futre, Jaime Magalhães, Jaime Pacheco e tantos outros trazem de volta o cheiro do relvado, as histórias de balneário, as batalhas travadas com a camisola azul e branca e a naturalidade com que Fernando fazia o mais difícil parecer simples: pôr a bola onde moram os golos. Mas a carreira do Bibota não se esgota nas Antas e no universo do Dragão. O documentário faz escala fora de casa, dando voz a
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