ENTREVISTAS
NOVEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
“ Vejo-me na lista para o Mundial e trabalho para isso todos os dias.” – Samu Aghehowa
“ Queremos fazer do nosso estádio uma fortaleza.” – Jan Bednarek
NÚMEROS QUE NÃO ENGANAM
Em Espanha, a Europa Press ouviu Samu falar de golos, exigência e seleção. Melhor marcador espanhol na época passada, com 27 golos, o avançado azul e branco não esconde o grau de autoexigência: quer fazer sempre melhor, mesmo numa temporada em que o FC Porto lidera a liga com uma campanha quase perfeita. Aponta Francesco Farioli como peça central da mudança e distingue-o como o treinador que trouxe“ uma nova mentalidade” ao grupo e que ajuda a transformar números em confiança. Nesta época já leva golos suficientes para alimentar um objetivo antigo: estar na lista de Luis de la Fuente para o Mundial 2026. Samu não se perde em dramas sobre ser primeira ou segunda opção. Lembra que“ os números não enganam”, aceita a concorrência de um meio-campo e de um ataque de elite na seleção espanhola e insiste no essencial: trabalhar todos os dias no FC Porto como se o lugar no Mundial dependesse de cada desmarcação.
BEDNAREK, O PATRÃO
Em Portugal, foi o jornal O JOGO a aproveitar uma paragem para seleções – e uma lesão inoportuna – para sentar Jan Bednarek à conversa. O central polaco, único jogador utilizado como titular em todos os jogos até se lesionar, simplifica o diagnóstico: nesta liga, se o FC Porto“ baixar a guarda”, sofre. Por isso, não há jogos fáceis, nem calendário que permita relaxar.“ Janek” fala ainda de uma defesa que vive do detalhe repetido até se tornar automático, de um balneário que luta –“ uns pelos outros e pelo emblema” – e de um objetivo simples: transformar o Estádio do Dragão numa fortaleza. A comparação com Inglaterra revela o que aprendeu desde que chegou: menos jogo direto, mais detalhe tático, mais paciência com bola, mais disciplina posicional. Farioli, observa o polaco, é um treinador obcecado por pormenores que não diz apenas o que se faz, mas explica por que se faz. E é esse“ porquê” que Bednarek tenta transportar para dentro de campo como extensão do treinador. Sobre a liderança, foge ao rótulo pomposo. Para ele, ser líder é treinar duro, manter a humildade, ajudar os colegas e ser fiável quando as coisas apertam. Depois, sim, há tempo para conhecer a cidade, caminhar junto ao mar, descobrir a gastronomia e procurar um campo de golfe. Mas a maior parte do tempo livre continua a ser investido na recuperação, na família e na preparação para o jogo seguinte.
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