Dragões #467 Out 2025 | Page 72

VOLEIBOL
OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES ele. Por vezes, uma parte da cultura é a colaboração. Este é o meu quinto ano como profissional, já joguei em diferentes equipas com diferentes treinadores e acho que é importante para as jogadoras poderem falar com o treinador e expressar o que sentem. Tenho uma boa relação com ele e com o restante staff. Trabalhamos todos no mesmo sentido.
E como é o ambiente no balneário? É muito bom. Tenho aqui a minha melhor amiga, que é a Shainah Joseph, e ter o apoio dela tem sido ótimo. Penso que temos um sentimento bom no balneário e que temos um bom grupo de pessoas que trabalham juntas.
O facto de ter outras atletas estrangeiras no plantel que falam inglês facilitou a integração? É muito importante haver uma língua comum, palavras comuns que utilizamos. Para nos conectarmos com as pessoas, temos de ser capazes de nos expressarmos, mas mesmo que não falemos a mesma língua, arranjamos formas de comunicar. Na Roménia, era a única norte-americana na equipa. Ao início era desconfortável, mas a meio da época já estávamos a arranjar forma de estarmos na mesma página ou comunicar algo rapidamente.
Quais são os pontos fortes da equipa? Temos muitas atletas que trabalham muito. Pode ter-se todo o talento do mundo, mas se não se tiver uma boa ética de trabalho, não se vai a lado nenhum. Acho que é isso que nos vai levar ao longo da época, essa ética de trabalho, mas também uma cultura de colaboração. Essa vai ser outra das nossas forças. Toda a gente traz algo para a equipa e todas temos as nossas qualidades, os nossos pontos fortes. Através do trabalho, vamos encontrar o sucesso.
Ganhar o campeonato é um objetivo que está acima dos outros? Um dos meus últimos treinadores disse-me que ganhar é apenas uma consequência de tudo o que foi feito antes. Com esse grande objetivo em mente, é importante estarmos focadas em todos os jogos e olharmos para cada jogo como um passo rumo a esse objetivo maior. O jogo seguinte tem de ser sempre o mais importante, não interessa com quem jogamos nem onde estamos. Claro que ser campeão é muito importante, mas não podemos deixar-nos levar por isso. O sucesso é uma mentalidade e ganhar é uma consequência disso.
Daquilo que já conhece das equipas rivais, acredita que vai ser um campeonato equilibrado e competitivo? Como jogadora nova na Liga portuguesa, sei da rivalidade que existe e respeito-a muito. Quando jogarmos contra os nossos rivais, pensaremos neles, mas todos os outros jogos contra as outras equipas são os mais importantes da época nesses momentos. Adoro a rivalidade que existe, estou muito entusiasmada para jogar em casa e fora contra os nossos maiores rivais. Adoro o espírito do desporto e acho que é lindo.
Quão importante é disputar as competições europeias? É muito importante. Acho que nos vai permitir aprender coisas sobre nós e abrir as nossas mentes para aquilo que podemos fazer. Estou muito entusiasmada para disputar as competições europeias.
Pode criar algum cansaço na equipa em alguns momentos da época ou nem por isso? O cansaço é normal. Todas as equipas da Liga vão sentir-se cansadas em algum momento. É um adversário. Temos a equipa contrária, talvez o árbitro, e temos o cansaço, por isso é para quem combate melhor o cansaço.
Como foi a estreia no Dragão Arena? É fantástico. Aqui existe uma cultura profunda de lealdade para com este clube e uma grande massa adepta, adoro isso. É muito especial e muito raro. Jogar aqui foi fantástico e estou ansiosa pelos grandes jogos. Nunca vivi a experiência de jogar perante um público muito ruidoso, por isso vai ser muito divertido.
Como tem sido a conexão com os adeptos desde que chegou? Tem sido muito boa. Penso que é importante conectarmo-nos com os adeptos e respeito a ligação que eles têm com o clube. Visitámos o Museu e foi incrível ver a história do clube. Não nasci aqui e não sei o que é crescer aqui nesta cultura, mas experienciar isso em
NOME Shayla Taylor Hoeft DATA DE NASCIMENTO 20 de outubro de 1998 NATURALIDADE Hawai( EUA) ALTURA 1,88 m PESO 85 kg POSIÇÃO Central CAMISOLA 17 CLUBES Portland Pilots Universidade do Nevada Vandœuvre Nancy Volley-Ball CSM Corona Brașov FC Porto
todo o lado desperta um fogo dentro de mim e faz-me querer fazer parte disto.
Já aprendeu as letras dos cânticos de apoio ao FC Porto? Ainda estou a aprender, mas preciso de ter as palmas. A Joana Resende é muito boa nisso, mas ainda estou a aprender.
Como se descreveria enquanto voleibolista? Diria que sou muito trabalhadora, uma boa jogadora de equipa e que contribuo muito emocionalmente. Sou uma jogadora que gosta de levantar a equipa após um erro, pois o voleibol é um jogo de erros. Quem conseguir ultrapassar o erro que acabou de acontecer, mais rapidamente será bem sucedido.
E como é a Shayla Hoeft fora do campo? Diria que sou uma pessoa muito equilibrada. Adoro comida e adoro experimentar novos restaurantes, adoro ler e cozinhar para mim.
O que costuma fazer para se desligar do voleibol? Quando me quero desligar do voleibol, leio ou tento criar alguma coisa, seja a cozinhar ou a pintar. Gosto de fazer coisas com as minhas mãos ou ir passear.
Fale-nos um pouco sobre a sua infância no Hawai. A coisa mais importante sobre mim é ter crescido no Hawai, é aquilo que me mais me faz sentir orgulhosa. É a minha casa, não por ser surfista ou por gostar
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