Dragões #467 Out 2025 | Page 31

LIGA EUROPA
OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
Estádio do Wembley, maio de 1959: vitória na Taça de Inglaterra.

Como o City Ground renasceu das cinzas

Do incêndio de 1968 às bancadas modernas: vento, fogo e reconstrução à beira do rio Trent.
Brian Clough, o treinador que conduziu o Forest a dois títulos europeus consecutivos
descidas e subidas, e um longo afastamento da elite. Em 2022, sob a orientação de Steve Cooper, regressou à Premier League após 23 anos de ausência, reaproximandose do seu patamar natural. Rivaliza ferozmente com o Derby County( o dérbi de East Midlands) e com o Leicester City. Hoje, sob a propriedade do grego Evangelos Marinakis( desde 2017), o Forest procura consolidar-se na Premier League, mantendo o City Ground como bastião e alimentando uma história que combina tradição centenária, noites europeias épicas e uma base de adeptos que enche o estádio de vermelho a cada jornada.
O Nottingham Forest mudou-se para o City Ground a 3 de setembro de 1898, a poucas centenas de metros do antigo Town Ground, inspirando-se na elevação recente de Nottingham a cidade para batizar o novo estádio. A mudança foi financiada por adeptos, sócios e empresários locais, e a empresa familiar de J. W. Bardill, ainda com um centro de jardinagem nos arredores, preparou um relvado exposto ao vento em três lados que depressa ganhou fama de ser um dos melhores de Inglaterra. Os anos 50 trouxeram cadeiras novas e casa cheia. Em 1957 nasceu, a Este, uma bancada com capacidade para 2.500 lugares. Na inauguração oficial, a 12 de outubro, os“ Busby Babes” do Manchester United atraíram um recorde de 47.804 espectadores e venceram por 2-1. A bola do jogo assinada pelas duas equipas ainda repousa na Sala de Troféus. A 24 de agosto de 1968, a Main Stand, substancialmente reconstruída em 1965, foi destruída por um incêndio que deflagrou durante um jogo com o Leeds United. Apesar de nas bancadas estarem mais de 30.000 espectadores, não houve vítimas, mas perderam-se registos, troféus e objetos históricos. A ruína das bancadas, consumidas pelo fogo, obrigou o Forest a disputar seis jogos no Meadow Lane, casa do vizinho e rival Notts County, sem vencer qualquer um deles. Na década de 80, numa era de inesquecíveis sucessos europeus e domésticos, surge também a modernização. Em 1980, ergue-se a Brian Clough Stand( 10.000 lugares, 36 camarotes e sala de jantar generosa) e, em 1992, a Bridgford Stand sobe para 7.710 lugares— com 5.131 no anel inferior para os adeptos visitantes, 70 lugares de cadeira de rodas e um telhado de desenho estranho para deixar o sol chegar às casas da Colwick Road. Para o Euro 96, o icónico Trent End ganha cara nova e 7.500 lugares. Contas feitas, o City Ground fecha a década com uma capacidade total de 30.445 e histórias para encher mais salas de troféus.
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