FUTEBOL
SETEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
Lisboa recebeu o FC Porto com o favoritismo pendurado no placard: afinal, o Sporting não perdia em casa há 24 jogos. Mas a estatística, que dá tanto jeito para uma boa conversa de café, revelou mau feitio para tanta certeza. Resultado: 2-1 para os azuis e brancos, que fizeram todos os golos da partida, com estreia de Luuk de Jong a marcar e um remate de William Gomes digno de moldura. O Sporting só reduziu num momento de infelicidade de Nehuén Pérez. Francesco Farioli não se deixou embalar: dedicou a vitória a Jorge Costa, sublinhou um“ jogo maduro e sólido”, elogiou o“ espírito incrível” do grupo e repetiu a frase certa para quem quer durar no topo: foi um passo importante, apenas mais um passo. Na prática, celebrou-se com contenção— nada de foguetes, até porque a época é longa. Notas de rodapé que também contam: Pablo Rosario vestiu de azul e branco pela primeira vez, Gabri Veiga ficou de fora devido a uma lombalgia e a equipa mostrou aquele ar altamente competente de quem sabe sofrer quando tem de sofrer e acelerar quando tem de acelerar. Ganhou o melhor.
MÉTODO E AÇO
Três semanas depois, com a poeira da pausa já assente, o Dragão abriu as portas para um 1-0 de catálogo frente ao Nacional. Samu Aghehowa agarrou a bola, respirou
Silêncio em Alvalade. William Gomes voa depois de um golo para emoldurar
fundo e bateu o penálti como quem paga uma conta antiga: sem tremeliques. Troféu MVP para casa, três pontos na mala e liderança isolada na tabela. Os números são daqueles que dão muito jeito numa página de revista: cinco jogos, cinco vitórias, doze golos marcados, apenas um sofrido e quatro folhas limpas. Nada de pirotecnia; só uma regularidade que costuma estragar noites aos adversários. No auditório José Maria Pedroto, Farioli afinou o discurso: cada jogo é crucial, não se podem desperdiçar pontos e o caminho faz-se passo a passo. Deixou, porém, um aviso que não precisa de tradutor no balneário moderno— jogam demasiado, descansam de menos— e uma notícia amarga: lesão grave de Nehuén Pérez, outra vez infeliz, que fez uma rotura total do tendão de Aquiles. A resposta coletiva esteve ao nível da exigência: Kiwior agradeceu a estreia e percebeu logo a dimensão da camisola, enquanto Eustáquio deu uma lição de balneário ao admitir que baixou as expectativas pessoais para subir as coletivas. Entre o golo de Luuk de Jong em Alvalade e a frieza de Samu no Dragão, o retrato era este: ideia clara, ego no sítio e pontos contados. O treinador, jovem no cartão de cidadão e veterano
Samu de aço nos 11 metros: bola lá dentro, corrida e abraços
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