Dragões #466 Set 2025 | Page 14

TEMA DE CAPA
SETEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
Saiu de casa ainda jovem para ir viver para a residência do Alavés e mais tarde afastou-se ainda mais da família ao mudar-se para Saragoça. Isso preparou-o para as etapas na Turquia, em Inglaterra e agora em Portugal? Agradeço muito aos responsáveis do Alavés, porque aprendi muito, conheci muita gente e fiz grandes amigos. Fez-me crescer bastante. Em Saragoça, acho que cresci muito futebolisticamente, foi aí que dei um grande salto na carreira.
A mudança para a Turquia foi o maior passo da sua carreira em termos de distância. Ainda assim, deu logo uma vitória contra o Galatasaray, em Istambul. Passou logo a ser tratado como um herói, não? Sim. Fui para a Turquia com a noção de que seria um ano muito importante para a minha carreira. Queria jogar na Europa e cheguei muito motivado, apesar de a adaptação não ter sido fácil, porque é uma cultura completamente distinta.
Tive companheiros de outros países que me ajudaram bastante, havia uma família uruguaia no plantel e também um preparador físico espanhol a quem agradeço muito pelo que fez por mim. Estou muito grato também aos adeptos, porque me apoiaram numa etapa diferente do meu percurso. Amadureci bastante e isso foi muito importante para estar aqui agora.
Nessa época, marcou a quatro dos primeiros cinco classificados da Liga. Os jogos grandes despertam-lhe um extra de motivação? Os jogos grandes dão sempre uma motivação extra, porque te queres mostrar e jogar. Sempre quis estar nesses momentos e batalhar com equipas de classe mundial, por isso é algo que me traz muito entusiasmo.
Gosta de assumir as decisões nesses momentos? Sim, é um desafio que coloco sempre a mim próprio e espero que continue assim.
Terminou essa temporada com 10 golos e três assistências pelo 16.º classificado. Não é para qualquer um. A equipa também me ajudou muito, não foi um trabalho individual, mas claro que foi uma boa época, porque marquei golos, dei-me muito bem no balneário e o treinador confiou em mim. O papel dos meus colegas foi muito importante, porque, se me senti bem e confortável, é porque me transmitiram confiança. O futebol não é apenas sobre nós próprios, mas sobre o que nos rodeia no dia a dia. Isso é muito importante para mim.
Aceitou depois uma proposta do Norwich City para jogar no Championship. Com que ideia entrou e saiu do que dizem ser o campeonato mais difícil do mundo? Foi uma etapa muito bonita e, ao mesmo tempo, muito triste, porque no primeiro dia em que cheguei lesionei-me e fiquei
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