Dragões #464 Jul 2025 | Page 33

TEMA DE CAPA
JULHO 2025 REVISTA DRAGÕES

“ Vivo para este clube, do FC Porto nunca quero sair.”

AMOR ETERNO Quando falava do FC Porto, a voz de Jorge Costa carregava emoção. Não era apenas o clube que representava, era o clube que vivia.“ Vivo para este clube, do FC Porto nunca quero sair”, disse, durante a entrevista, numa declaração apaixonada. Sairia em 2001 para o Charlton Athletic, de Inglaterra, contra a própria vontade, por um período de seis meses e na sequência de um desentendimento com o treinador Octávio Machado, naquele que terá sido o episódio mais doloroso da carreira, ao ponto de anos mais tarde ter confessado que preferia ter partido uma perna a deixar as Antas. Em novembro de 1994, antes de conquistar o segundo de oito títulos de campeão nacional, Jorge Costa ainda estava à procura do seu espaço, mas, visto agora à distância, aquele terá sido o primeiro capítulo de uma carreira indissociável da história do FC Porto, porque, anos mais tarde, ele não conquistou apenas a titularidade: ganhou a braçadeira de capitão, levantou troféus nacionais e internacionais e foi o rosto da liderança e da entrega total. Ergueu a Taça UEFA em Sevilha, a Liga dos Campeões em Gelsenkirchen, a Taça Intercontinental em Yokohama e viveria noites inesquecíveis nas Antas, no Dragão e pelo mundo fora. Cumpriu a promessa feita em 1994— fez daquele o ano da sua afirmação— e prolongou-a por toda a carreira.
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