Dragões #464 Jul 2025 | Page 32

TEMA DE CAPA
JULHO 2025 REVISTA DRAGÕES
SELEÇÃO NO HORIZONTE Em 1994 a seleção nacional vivia uma fase de renovação sob o comando de António Oliveira. Jorge Costa, que começava a ser observado pelo selecionador, sabia que o caminho passava por conquistar primeiro um lugar no FC Porto.“ Representar Portugal é um orgulho, mas o primeiro passo é aqui. A ida à Seleção virá naturalmente”, esclareceu, com prioridades bem definidas. O Europeu de 1996 surgia como objetivo coletivo para uma geração talentosa que queria provar valor também no escalão sénior e, anos depois, Jorge Costa vestiria a camisola das quinas em momentos memoráveis, mas em novembro de 1994 a preferência era clara: ser titular do FC Porto. Fora do campo, Jorge Costa já revelava uma maturidade invulgar para a idade. Casado e pai, encontrou na família o equilíbrio para lidar com a pressão da profissão.“ Não casei por estabilidade, casei por amor, mas o casamento ajudou-me a focar e a evitar tentações”, assumiu. A vida de futebolista exigia sacrifícios: menos tempo com os seus, meses inteiros em estágio, uma juventude diferente. Mas não havia arrependimento.“ São opções. Não trocava esta vida por nenhuma outra”, garantiu o central que herdaria a camisola 2 e a braçadeira de capitão de João Pinto.
Por ocasião da entrevista, Jorge Costa lembrava-se bem dos domingos em que ia às Antas para ver jogar Jaime Magalhães e João Pinto, ainda muito longe de imaginar que um dia viria a fazer parte daquela“ equipa fantástica”, partilhando o balneário com“ dois grandes profissionais”. De João Pinto, que carrega às costas na fotografia, herdou a braçadeira de capitão no jogo de apresentação aos adeptos na temporada de 1997 / 98.
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