TEMA DE CAPA
JULHO 2025 REVISTA DRAGÕES no topo começou desde logo a impor-se. A verdadeira afirmação no onze titular aconteceu com a chegada de António Oliveira ao comando técnico. A partir daí, nunca mais perdeu o lugar. Ganhou-o pela entrega, pela liderança natural, pela capacidade de superação. Ganhou-o pela forma como sentia o clube. Carinhosamente apelidado de“ Bicho”, Jorge Costa tornou-se a voz de comando em campo e no balneário. Representava, com uma força rara, a essência do FC Porto. Esteve em todos os títulos do inesquecível Penta e foi figura central na reconquista europeia do clube que culminou em algumas das maiores noites da história azul e branca. Fernando Couto foi o criador da alcunha, revelou, em tempos, o próprio Jorge Costa. Porquê?“ O Fernando
é que poderia explicar, mas acho que era isso, eu era um animal, era um bicho, era alguém que dava tudo o que tinha dentro do campo”. Capitaneou a equipa vencedora da Taça UEFA, em maio de 2003, no final de um percurso épico sob a liderança de José Mourinho, e um ano depois, com o mesmo treinador, ergueu a Liga dos Campeões em Gelsenkirchen como rosto da alma portista. Ainda em 2004, conquistou a Taça Intercontinental, fechando um ciclo absolutamente notável. Jorge Costa fez 383 jogos com a camisola principal do FC Porto, marcou 25 golos e conquistou 21 troféus oficiais: oito Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal, cinco Supertaças, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões
e uma Taça Intercontinental. Estes números são, por si só, expressão de um percurso lendário. Mas não dizem tudo. O que Jorge Costa representava não cabe apenas em estatísticas. Está na memória viva dos adeptos. Está nos exemplos deixados. Está na forma como se deu sempre ao clube. Também deixou marca ao serviço da seleção. Somou 50 internacionalizações pela equipa principal e foi um dos pilares do título mundial de Sub-20, conquistado em 1991, em Lisboa. Ao longo dos anos, representou Portugal em grandes competições internacionais e foi sempre reconhecido pelo seu carácter, consistência e espírito de grupo. Depois de terminar a carreira como jogador no Standard Liège, em 2006, Jorge Costa iniciou um percurso como
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