TEMA DE CAPA
MAIO 2025 REVISTA DRAGÕES
“ Ser jogador de futebol é muito difícil. Do FC Porto ainda mais”
André Castro era um miúdo irrequieto que só acalmava quando a mãe o deixava rever a final de Viena. Nascido e criado no seio de uma família de fanáticos pelo FC Porto, entre eles um dos primeiros Campeões Nacionais de azul e branco, o antigo capitão dos apanha-bolas não consegue( nem sequer tenta) esconder a paixão pelo clube de que é sócio há 33 anos e que lhe abriu as portas em 1999. Nunca foi o mais alto, o mais rápido, o mais forte nem o mais dotado tecnicamente, mas os treinadores sempre o viram“ como um grande profissional, um jogador que entendia a missão e a importância de dar tudo”, por isso fez mais de 550 jogos durante uma carreira terminada em casa que pode ser revisitada nas próximas páginas da revista cujo nome assenta que nem uma luva a portistas como André Castro: DRAGÕES.
ENTREVISTA de MANUEL T. PÉREZ
Quem é o André Castro? Quando era novo a única maneira de me entreter era jogar futebol e, para não jogar futebol dentro de casa, a minha mãe punha a dar a final da Liga dos Campeões que o FC Porto venceu em 1987. Vi esse jogo vezes sem conta, vivi sempre rodeado pelo futebol, com uma grande paixão pelo futebol, a jogar na rua, e desde novo começaram a surgir alguns convites. Aos sete anos recebi o convite de um clube de futebol de cinco chamado Caça e Pesca de Aguiar e muita gente dizia que eu era demasiado novo, mas o treinador, o Luís Mesquita, fez questão de me levar na mesma. Quando comecei a jogar os outros miúdos tinham dez anos, eu seis ou sete, mas engatei logo e comecei a jogar. Com nove anos fui para o Gondomar, passei lá duas épocas e no fim da primeira estive prestes a vir para o FC Porto. No fim de um jogo o senhor Álvaro Silva convidou-me para jogar no FC Porto, mas o Gondomar não me deixou vir e só no ano seguinte é que o FC Porto acaba por pagar a minha transferência com um jogo amigável da equipa A contra o Gondomar. Nesse jogo estreouse um jogador chamado Deco [ risos ].
Por que é que os treinadores gostavam de si? Não devia ser o mais alto, o mais forte ou o mais rápido … Nos iniciados até cheguei a jogar na equipa abaixo, mas o importante era jogar. Dei o salto e comecei a levar o futebol
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