Dragões #461 Abr 2025 | Page 61

ESPECIAL 40 ANOS
ABRIL 2025 REVISTA DRAGÕES

OPA SOBRE PATINS

VITÓRIA AO QUADRADO

Na temporada de 1985 / 86 a equipa de hóquei em patins, não só se tornou campeã europeia, como venceu o campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça, um feito repetido em 1990.“ Foi o meu primeiro ano de conquistas no FC Porto que me lançou para este percurso único que vivo até hoje no nosso clube”, explicou Franklim Pais, a figura que mais títulos venceu no hóquei em patins do FC Porto em diferentes funções. Já Vítor Hugo compara estes feitos a outros conseguidos pelo Sporting.“ Por isso é que insisto que fomos melhores e digo-lhes:‘ Vocês ganharam tudo, mas nós fizemos por duas vezes’. Por vezes a informação demora a chegar lá em baixo, são muito seletivos”, observou.

A

28 de junho de 1986 o FC Porto sagrava-se campeão europeu pela primeira vez, um feito alcançado em Itália e sobre patins. A edição 16 da DRAGÕES teve como tema de capa esta conquista, a qual está bem guardada entre as memórias de Franklim Pais e de Vítor Hugo, duas das figuras da época.“ É fantástico termos a possibilidade de recordar um dos nossos maiores feitos graças à DRAGÕES. Com muita pena minha, não tenho muitos vídeos dos nossos jogos e dos meus golos na década de 80”, afirmou o goleador azul e branco, que marcou cinco dos doze conseguidos na final a duas mãos com o Novara. Vítor Hugo abordou essa conquista como uma das mais especiais da carreira.“ Foi uma alegria imensa”, admitiu. Antes de viajarmos até esse encontro, é preciso lembrar que o FC Porto eliminou o Barcelona nas meias-finais, equipa que vinha de oito conquistas europeias consecutivas.“ Muitas vezes eliminou o FC Porto nesses percursos, por isso, era importante ultrapassá-los”, começou por dizer Franklim, que na altura dividia a baliza com Domingos Guimarães. Depois de um empate na Catalunha, a vitória no Pavilhão Américo de Sá foi decisiva.“ Nem me lembro como descemos as escadas do pavilhão, com o público a gritar por nós e a incentivar, quase que levitávamos até ao rinque. Era uma força enorme e sentíamos uma energia brutal naquele pavilhão. Oito ou nove mil pessoas em todos os jogos, por vezes até havia quatro pessoas para um lugar”, sublinhou Vítor Hugo. Foi nas Antas que o FC Porto garantiu a primeira vantagem na final, ao derrotar o Novara por 5-3. Contudo, a vantagem de dois golos não trazia garantias para a segunda mão, como explica Franklim.“ Acho que o fator casa era muito importante, tal como é agora. A vantagem era curta e sabíamos que o ambiente seria muito hostil. Também por isso ficamos hospedados a 100 quilómetros do pavilhão”. Entre“ o nervosismo normal” e o facto de se ter“ esquecido do peitilho no hotel”, Franklim estava disposto a jogar sem proteção, mas o treinador Cristiano Pereira optou por fazê-lo sentar no banco. Quem foi titular foi Vítor Hugo.“ Sem
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