Dragões #460 Mar 2025 | Page 60

VOLEIBOL
MARÇO 2025 REVISTA DRAGÕES
Quais são as principais lições que trouxe dos Estados Unidos? Aprendi a trabalhar arduamente todos os dias sem parar, sem folgas, sem faltas, sem desistir. Descobrimos o espírito competitivo que vive dentro de nós. Às vezes somos duras umas com as outras e trocamos indiretas, algo que não acontece cá, por isso não quero ser conhecida como essa pessoa. Mas nós, americanas, temos muito esse espírito competitivo.
Veio para a Europa aos 23 anos. Estava longe da família, noutro continente, com muitas pessoas que não falavam inglês … Foi difícil? A minha primeira época na Europa foi a mais difícil psicologicamente. Costumo ser uma pessoa tranquila, que não leva nada a peito, mas nesse ano tive muitas dificuldades. Senti um grande choque cultural, muitas saudades de casa e, embora já estivesse habituada a estar longe da minha mãe por causa da faculdade, passei a sentir muito mais saudades aqui. Não tinha nenhum familiar ou amigo por perto para me apoiar nos momentos mais difíceis, mas no final de contas isso acabou por me tornar uma pessoa mais forte.
A adaptação ao voleibol europeu foi fácil? Sim, no início senti um grande choque, mas não foi muito difícil de me habituar.
Qual foi o país europeu em que mais gostou de viver, antes de vir para Portugal? No que diz respeito ao voleibol, adorei jogar na Alemanha, porque a liga era muito competitiva e os adeptos espetaculares. Se for pelo país, tenho de escolher a Grécia. Joguei em Atenas e adorei a cidade. Fiz muitos amigos, o tempo estava sempre bom, a comida era deliciosa e a cidade lindíssima.
Viver na Europa há três anos facilitou a decisão de vir para Portugal? Sem dúvida. Vir para aqui não seria a minha primeira escolha se eu ainda morasse nos Estados Unidos, mas depois de conhecer melhor a cultura europeia, e de estar habituada ao voleibol europeu, a decisão tornou-se muito mais fácil.
O que está a achar do país? Adoro. O tempo é fantástico, a comida é muito boa, as pessoas são muito simpáticas. Não podia pedir melhor.
E da cidade? A cidade é fantástica. A zona da Ribeira é lindíssima, com as pontes sobre o Douro.
Quais são os seus sítios preferidos no Porto? O restaurante Don Pepe [ risos ]. Eu, a Shainah e a Kyla somos capazes de lá ir e comer dez tacos. Adoro o Zenith, sou viciada em panquecas. E também gosto muito do NorteShopping.
O que está a achar das pessoas? Os portuenses são muito amigáveis e simpáticos, gosto imenso deles.
Há quem diga que ninguém está sozinho no Porto. Sente isso? A toda a hora. Especialmente por jogar no FC Porto, os adeptos estão sempre lá para nos levantar a cabeça e dar motivação.
Se tivesse de descrever a cidade numa palavra, qual escolheria? Fantástica.
E para o FC Porto, chega uma só palavra? Não. Mas se tivesse que escolher apenas uma, diria eletrizante.
Um dia mais tarde, quando lhe perguntarem como foi o primeiro ano no FC Porto, o que vai dizer? Vou falar dos jogos e do apoio dos adeptos. Adoro o ambiente familiar que existe no clube, desde a equipa técnica aos jogadores de todas as modalidades. Todos se cumprimentam com um abraço mesmo que não se conheçam. Gosto mesmo muito disso.
Vir para o FC Porto foi a decisão certa? Sem dúvida, não me arrependo de nada.
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