Dragões #457 Dez 2024 | Page 58

HÓQUEI EM PATINS
DEZEMBRO 2024 REVISTA DRAGÕES

A edição de dezembro de 2019 da DRAGÕES marca o último momento de conversa com Xavi Malián , guarda-redes que tinha até então representado o FC Porto durante poucos meses , mas que já conhecia o sabor da vitória ao ter vencido a Supertaça ainda sob o comando de Guillem Cabestany . Desde esse momento , muito mudou na equipa de hóquei em patins , desde jogadores até à equipa técnica . Mantevese a segurança do guardião espanhol , que assumiu a camisola número 1 com “ orgulho ” e com ela defendeu a baliza azul e branca em mais de 200 ocasiões . Se nessa última entrevista conhecemos o guardião espanhol pré-FC Porto , nesta mantivemos o foco no caminho traçado de Dragão ao peito , num total de oito troféus conquistados , entre os quais uma Liga dos Campeões . Com o Estádio do Dragão como pano de fundo , Malián recuperou o momento da chegada e a sua evolução ao longo destes cinco anos e meio . “ Acredito que mudei para melhor . Se olharmos para trás , temos conseguido muitos títulos e isso é o mais importante a nível profissional ”, referiu , antes de abordar o lado pessoal e a facilidade com que se adaptou à Invicta . “ Cheguei ao FC Porto quando a minha filha tinha apenas três meses , agora já tem cinco anos e um irmão . Tive a oportunidade de conhecer a cidade , junto da minha família , e estamos completamente adaptados e felizes . Há mais quatro portistas para sempre , sem dúvida ”. No verão de 2019 assinou por quatro anos . Passou por uma pandemia e por dois anos com apenas um título , antes de Ricardo Ares fazer com que os Dragões regressassem às conquistas . As mudanças acompanharam o internacional espanhol , que só pensou em aproveitar cada dia . “ Nunca fui uma pessoa de olhar muito para o futuro e pensar no que pode acontecer nos próximos anos . Gosto de viver as experiências , o momento . Desfruto muito da família portista , que engloba o clube e a cidade . Só posso estar muito feliz por fazer parte dela ”, completou . E é neste ambiente familiar que Xavi Malián se foca , porque “ só no FC Porto ” conheceu algo assim . “ Foi algo que me impactou , porque não tinha sentido isto em mais nenhum clube , pelo menos a este nível . Desde os técnicos do pavilhão até aos jogadores e à equipa técnica , conhecemo-nos todos e é um dos mais importantes valores que o clube tem e uma das chaves para o seu contínuo sucesso ”. Pelas ruas do Porto sente , também , esse carinho . “ Muitas pessoas dirigem-se a mim com palavras de apoio , como também de preocupação , a perguntar-me se estou bem e como está a minha família . Foi algo que me marcou e sinto que , apesar do tamanho desta cidade , do clube e das pessoas que o rodeiam , o hóquei em patins é muito acarinhado ”. Esta ligação traz mais responsabilidade , explicou . “ O FC Porto tem muitos adeptos em todo o mundo e nós jogamos

para e por eles . Queremos que eles desfrutem das nossas vitórias e que estejam orgulhosos . Tento dar sempre tudo em campo , com a consciência de que nem sempre as coisas vão correr a nosso favor . Antes de cada partida , sei que todos estarão a nosso lado e é por eles que batalhamos para vencer ”.
NAS DIFICULDADES , A REVOLTA Antes de viajar por mais de meia década de azul e branco , Xavi Malián manteve-se no presente e reconheceu que o arranque desta temporada “ não foi o melhor ”. Contudo , reforçou que a equipa está “ em constante crescimento ”. “ É verdade que começamos a época sem títulos , ao deixarmos escapar a Elite Cup nas meias-finais , no desempate por grandes penalidades , bem como a Supertaça . Eram dois títulos que queríamos
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