DOM FUAS MAGAZINE EDIÇÃO N.º 5 DE 10 DE MAIO DE 2019 | Page 11

entrevista

futsal feminino

....................................................................................................................................................................................

.....................................................................................................................................................................................

Xana Alves

QUAL FOI O PIOR COMENTÁRIO QUE OUVISTE SOBRE TI?

R: Nunca fui muito de ligar a comentários, tanto que de momento não me lembro de nenhum. Ligo mais a gestos e reações, por exemplo, o facto de estares a dar tudo de ti e muitas vezes fazeres as coisas de uma maneira, mas deverias fazer de outra e no momento não tens tempo para pensar, mas sim reagir, e acabas por ver ou ouvir coisas que não são as mais agradáveis.

QUAL FOI O MAIOR ELOGIO QUE TE DERAM?

R: Elogios, elogios de momento não me lembro de nenhum. Marca-me o facto de quando se sai de um jogo cansada e saber que o teu contributo ajudou a equipa e sentires um abraço de alguém ali ao teu lado, é muito agradável.

QUE PENSAMENTOS TE VÊM À CABEÇA QUANDO BEIJAS OS POSTES ANTES DE INICIAR UM JOGO?

R: Penso que tenho que dar tudo por tudo para fazer o melhor possível, que tenho que esquecer os nervos e concentrar-me no jogo.

O FUTSAL SÃO MOMENTOS, VITÓRIAS E DERROTAS, GRITOS E CHOROS, UNIÃO E GARRA. O QUE É QUE AINDA TE FALTA VIVER NESTE DESPORTO? QUAIS SÃO AS TUAS AMBIÇÕES?

R: Ao longo destes anos todos, neste desporto já passei por tudo. Já tive lá em baixo, já tive lá cima, conheci muita gente, aprendi muito… mas o que retiro de tudo é que muitas vezes nem sempre o que ambicionamos é melhor para nós. Fui feliz lá em baixo, no momento em que fui subindo de patamar, fui deixando certas coisas que me faziam feliz. Passei a viver focada apenas num objetivo e deixei de ver o que se passava à minha volta e, isso não me fazia bem. É bom ter objetivos na vida, mas muitas vezes quando nos focamos demasiado neles podemos estar a perder um mundo que existe à nossa volta, e será que valerá mesmo a pena?

MUDAR DE CLUBE É NECESSÁRIO PARA ALARGAR OS CONHECIMENTOS, MAS A ESTABILIDADE TAMBÉM É UM FATOR RELEVANTE PARA O CRESCIMENTO ENQUANTO JOGADORA. PARA TI, QUAL É O CLUBE QUE NÃO ESQUECES PELOS MOMENTOS? QUAL É A EQUIPA QUE CONSIDERAS TER SIDO A TUA RAMPA DE LANÇAMENTO?

R: Todas as equipa de uma forma ou de outra tiveram o seu contributo para ser quem sou hoje, mas a equipa que contribuiu muito para a minha formação como pessoa e jogadora foi a equipa Tresminas (equipa de Vila Real). Com ela eu chorei, eu ri, eu cantei e até dancei. Chorei por problemas que não eram meus, mas que naquele momento passaram a ser, pois se alguém não estava bem a restante equipa também não. Ri pelas palhaçadas, pelas vitorias, pelas “loucuras” que cometemos juntas. Mas, de tudo o que mais admiro nesta equipa era a capacidade de se motivarem umas às outras, sempre que alguém estava no fundo do poço havia sempre um cordão de mãos para puxar essa pessoa até ao topo. Toda esta preocupação, motivação, união entreajuda fazia a equipa forte e isso, fazia diferença dentro das 4 linhas.