xuais, pessoas queers (que não estão nos binarismos) e os/as interse-
xos (pessoas que nasce com características genitais e fisiológicas
“masculinas” e “femininas”) – são potencialmente mais ferozes e
não-discutidas nos núcleos e pelo sistema político, especialmente
em relação ao genocídio (re)existente. Como combater as violências
dentro dos espaços que lutam contra a violência? Resolução nada
fácil. Pois, infelizmente se tomarmos o termo “precariedade” de
Judith Butler (2016), para discutir as ações de violência dentro dos
espaços de lutas a favor de direitos (como movimentos sociais), essas
invisibilizações se constituem mais intensas.
Há normas sexuais e de gênero que condicionam o que
e quem será ‘legível’ e o que e quem não será, e que
expõem aquelas pessoas que falham em serem regis-
tradas dentro da inteligibilidade a formas diferenciadas
de violência social. (BUTLER, 2016, p.35)
Se, assim como diz Butler (2016) a “‘precariedade’ designa essa con-
dição politicamente induzida em que certas populações sofrem por
conta de redes insuficientes de apoio social e econômico mais do
que outras” colocando inúmeras formas de existência nas suas
poucas possibilidades de uma real vivência (social, cultural, histórica,
etc), contribuindo para a inviabilidade de vozes, potencializando
umas em detrimento de outras, causando assim distinções de pesso-
as que “se tornam diferencialmente expostas à injúria, violência e
morte. (p.33)
Com isso, as teorias ou as formas como discursamos sobre a vida (do
“eu” e do ”outro”), servem como auxílio nas formas de militância.
Porém ao se manter somente no campo das ideias, pode-se fragilizar
problematizações. Essas indicações servem, também, para as separa-
ções dentro de grupo, que por similaridades, deveriam ser comple-
mentares, fugindo das vulnerabilidades que as estruturas dominan-
tes empregam, mas que por egocentrismos e individualismo (mesmo
na ideia de coletivo), impulsionam as vulnerabilidades existentes
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O SER PRECÁRIO
DIV
ERS
FICA I