O SER PRECÁRIO: As violências dentro
dos espaços de invisibilidade
por Leonardo Santos
Ao se colocar no mundo, cada pessoa, expõe suas especificidades,
sejam elas com alta ou baixa compreensão. As estruturas sociocultu-
rais são mutáveis nas sociedades e portanto, definições sobre isso
e/ou aquilo sofrem pela ação do tempo. Assim, as relações pessoais
são transformadas à medida que novas ou outras possibilidades de
formação de singularidades surgem. Contudo, as esferas encontra-
das nas sociedades (direitos, deveres, constituições éticas e morais,
etc.) podem ser percebidas, ainda, dentro de uma lógica separatista.
Diferentes maneiras de ser um ser “vivível” (BUTLER, 2016) principal-
mente se as características fugirem à norma, são colocadas como
“desviantes” e por serem como tal, “anormalizados”. Quais formas de
viver, realmente importam? E quando suas identificações saem do
controle do poder binário, como ser reconhecido? E as teorias, como
podem ajudar?
Em uma sociedade, em que seus/suas componentes devem ser de
forma a mais parecida possível, com intuito óbvio de manter uma
unidade (de corpos, de discursos, de posicionamento político...), ser
algo que saia da esfera instituída é estar passível às violências. Vio-
lência no sentido mais primário, a o de submeter a/o outra/o sobre
as camadas dos dispositivos de poder. (FOUCAULT, 1993) Mas como
reconhecer que as pessoas que sofrem violências, também podem
(re)produzir tais atos? Não seria contraditório lutar pelas não-violên-
cias – principalmente as institucionais, políticas, religiosas – e mesmo
assim gerar violências? Se pensarmos o quão diversificadas as pesso-
as são, essa resposta se encerra. Afinal somos capazes de contrarie-
dade nos esquemas mais simples.
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ERS
FICA I
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