Diversifica Online 007 | Page 31

O SER PRECÁRIO: As violências dentro dos espaços de invisibilidade por Leonardo Santos Ao se colocar no mundo, cada pessoa, expõe suas especificidades, sejam elas com alta ou baixa compreensão. As estruturas sociocultu- rais são mutáveis nas sociedades e portanto, definições sobre isso e/ou aquilo sofrem pela ação do tempo. Assim, as relações pessoais são transformadas à medida que novas ou outras possibilidades de formação de singularidades surgem. Contudo, as esferas encontra- das nas sociedades (direitos, deveres, constituições éticas e morais, etc.) podem ser percebidas, ainda, dentro de uma lógica separatista. Diferentes maneiras de ser um ser “vivível” (BUTLER, 2016) principal- mente se as características fugirem à norma, são colocadas como “desviantes” e por serem como tal, “anormalizados”. Quais formas de viver, realmente importam? E quando suas identificações saem do controle do poder binário, como ser reconhecido? E as teorias, como podem ajudar? Em uma sociedade, em que seus/suas componentes devem ser de forma a mais parecida possível, com intuito óbvio de manter uma unidade (de corpos, de discursos, de posicionamento político...), ser algo que saia da esfera instituída é estar passível às violências. Vio- lência no sentido mais primário, a o de submeter a/o outra/o sobre as camadas dos dispositivos de poder. (FOUCAULT, 1993) Mas como reconhecer que as pessoas que sofrem violências, também podem (re)produzir tais atos? Não seria contraditório lutar pelas não-violên- cias – principalmente as institucionais, políticas, religiosas – e mesmo assim gerar violências? Se pensarmos o quão diversificadas as pesso- as são, essa resposta se encerra. Afinal somos capazes de contrarie- dade nos esquemas mais simples. DIV ERS FICA I DIVERSIFICA 31